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Meio Ambiente
Terça - 23 de Maio de 2006 às 21:30

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SAN DIEGO, EUA - Pessoas que fumam maconha - mesmo usuários pesados e de longa data - não parecem sofrer de um risco maior de desenvolver câncer de pulmão, de acordo com um estudo preparado para a Conferência Internacional da Sociedade Americana de Tórax. Fumaça de maconha também não aprece aumentar o risco de câncer de cabeça ou pescoço.

As descobertas surpreenderam os cientistas. "Esperávamos achar que uma história de consumo pesado de maconha - Mais de 500 a 1.000 doses - aumentaria o risco de câncer por anos, ou décadas, após a exposição", disse o líder da pesquisa, o médico Donald Tashkin, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

O trabalho analisou as condições de 611 moradores do município de Los Angeles que tiveram câncer de pulmão, 601 que desenvolveram câncer na cabeça ou no pescoço e 1.040 pessoas sem câncer, divididas por sexo, idade e bairro. O estudo foi limitado a pessoas com idade abaixo dos 60 anos.

Os voluntários responderam sobre o uso de maconha, tabaco e álcool, bem como de outras drogas, sobre a dieta, emprego, histórico de doenças na família e situação socioeconômica.

Os fumantes mais dedicados de maconha tinham consumido mais de 22.000 cigarros, ou baseados, enquanto que os fumantes moderadamente pesados consumiram entre 11.000 e 22.000 baseados. Nem mesmo os fumantes nessas categorias tiveram probabilidade aumentada de contrair câncer em relação aos que fumavam pouco da droga ou os que nunca haviam fumado.

O estudo descobriu que 80% dos pacientes de Câncer de pulmão e n70% dos pacientes de câncer de cabeça ou pescoço tinham sido fumantes de tabaco. Em comparação, 50% dos pacientes, em ambos os tipos de câncer, tinham sido fumantes de maconha.

No caso dos fumantes de tabaco, o aumento da chance de câncer de pulmão é de 20 vezes, no caso do consumo de dois ou mais maços de cigarro ao dia.

As novas descobertas são surpreendentes por várias razões, disse Tashkin. Estudos anteriores haviam mostrado que o alcatrão da maconha contém concentrações de substâncias cancerígenas até 50% superiores às do alcatrão de tabaco, destacou ele. Uma explicação possível seria que o THC, princípio ativo da maconha, estimula a morte celular, diminuindo a probabilidade de uma célula durar o suficiente para se transformar numa fonte de câncer.





Fonte: Agência Estado

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