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Politica Brasil
Terça - 23 de Maio de 2006 às 07:22

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O ex-cabo da PM Hércules de Araújo Agostinho foi condenado ontem a 21 anos e seis meses pela chacina que vitimou três garotos em Várzea Grande em 2001. O tribunal do júri não acatou os argumentos do ex-policial, que voltou atrás na sua confissão e negou ter participado do crime. Os jurados o condenaram por três homicídios e ocultação de cadáver.

“Quero dizer que não fui eu quem fez isso”, respondeu o ex-cabo, ao ser indagado pela juíza Maria Erotides Kneip Macedo, sobre os autores do triplo homicídio, que teve como vítimas Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura de Moraes.

Hércules foi acusado pelo Ministério Público de ser o executor e o cobrador João Leite, que será julgado hoje, como intermediário. A pedido da defesa, o processo foi desmembrado. Também já foi pronunciado pelo triplo homicídio, o ex-soldado da Polícia Militar, Célio Alves, que está foragido. Já em relação ao bicheiro João Arcanjo Ribeiro, acusado de ser o mandante, o processo está em prova de instrução.

O advogado de defesa, Jorge Henrique Franco Godoy, usou como estratégia a negativa de autoria do crime. Isso porque, assim como já tinha feito em depoimento à juíza Maria Erodites, Hércules voltou a negar a execução do crime diante do Tribunal Popular do Júri.

O ex-cabo disse que só assumiu a autoria e acusou Arcanjo de ser o mandante, porque o promotor de Justiça Mauro Zaque e o procurador da República, Pedro Taques, ofereçam-lhe benefícios em troca de suas declarações. “Eles (Zaque e Taques) disseram que era indiferente se eu assumisse ou não outros crimes porque a minha pena já passava de 30 anos. Eu assumindo ou não cumpriria apenas 30 anos”, disse.

Para dar a impressão de que realmente estava falando a verdade, Hércules disse que inventou detalhes. “Disse que as vítimas assaltaram a banca do jogo de bicho e a morte seria para dar exemplo”, afirmou, sem convencer o corpo de jurados.

O ex-cabo disse que resolveu falar “a verdade” depois de uma conversa que teve com o juiz federal Cesar Augusto Bearsi, durante seu julgamento pela morte do radialista Rivelino Brunini, assassinado em 2002. “O juiz disse que não havia amparo legal nenhum para que eu me beneficiasse”.

Hércules também voltou a dizer que o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Célio Wilson de Oliveira, prometeu-lhe uma ajuda de custo por ter incriminado Arcanjo.

Antes de iniciar o julgamento, a Maria Erotides lembrou ao júri que as vítimas estavam na avenida dos Trabalhadores, na Capital, e os corpos foram encontrados, um mês e três dias depois, em uma cova rasa localizada no bairro São Mateus, em Várzea Grande. A autoria do crime só veio à tona em setembro de 2003, quando Hércules foi ouvido pela primeira vez pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).





Fonte: Diário de Cuiabá

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