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Maior represa do mundo destrói ambiente, diz ONG
A barragem das Três Gargantas, na China, considerada o maior projeto hidroelétrico do mundo, com 2.309 metros, termina neste sábado com "impactos sociais e ambientais enormes", estimou nesta sexta-feira a organização ecológica "Os Amigos da Terra".
Construída "sobre o rio Yangtsé, a barragem das Três Gargantas teria inundado 13 cidades e 4.500 aldeias, além de engolir 162 sítios arqueológicos, sendo que alguns estão entre os mais importantes da China", denuncia a ONG num comunicado publicado em Paris.
Segundo "Os Amigos da Terra", o custo do projeto (de US$ 25 bilhões iniciais) "desviou-se em 50% em relação à estimativa inicial". "Seu reservatório de 660 km de largura deslocará quase 2 milhões de pessoas (...) com reinstalações que foram feitas através de pedidos insistentes ou dos tanques de guerra", acrescentou a ONG, denunciando as "violações brutais e maciças dos direitos humanos".
Segundo os números oficiais chineses, o número de pessoas deslocadas chega a 1,13 milhão. Os ecologistas acusam a barragem de "ameaçar a maior cidade da China, Xangai, com 15 milhões de habitantes, que fica a 900 km da represa, no delta do Yangtsé".
Em abril de 2006, um estudo científico mostrou que as áreas em torno do rio sofreram erosão de 4 km² por ano em alguns lugares desde a construção da barragem, em relação à média entre 1951 e 2004. v "Esta erosão maciça ameaça uma megalópole que atrai cada vez mais pessoas", precisou a associação. Treze anos depois do início das obras, os trabalhos terminam neste sábado. A barragem deve estar em funcionamento pleno em 2008, após a instalação dos 26 conjuntos de turbo-alternadores.
Segundo as autoridades de Pequim, a represa deve produzir quase 85 bilhões de Kwh por ano de eletricidade, distribuídos num raio de 1.000 quilômetros, num país de forte crescimento econômico onde as falta de energia é crônica.
No entanto, a magnitude da represa pode transformá-la em alvo de terroristas, temem as autoridades. "Tratamos com seriedade, muita seriedade, a segurança da barragem, em particular em caso de ataque terrorista", indicou Cao Guangjing, vice-presidente da China Yangtze Three Gorges Project Development, firma que supervisiona o projeto.
"Durante a fase preliminar da concepção da barragem, demos atenção particular à preparação contra um ataque militar", acrescentou ele. Num relatório de 2004 apresentado ao Congresso americano sobre a potência militar chinesa, o Pentágono havia evocado o cenário de um ataque de Taiwan à barragem das Três Gargantas.
Um dos sinais das medidas de segurança tomadas pelas autoridades para garantir a segurança do local é a presença de um destacamento da polícia armada popular, uma força paramilitar, perto da barragem.
"O que vocês podem ver de fato é apenas uma parte dos esforços", afirmou Cao. "Temos planos de urgência para enfrentar todas as eventualidades", assegurou ele.
Segundo a imprensa chinesa, as autoridades previram helicópteros militares, navios, veículos blindados e unidades antibombas. A China realizou vários treinamentos antiterroristas na área. Um deles simulava um atentado realizado com um barco cheio de explosivos.
Segundo os responsáveis, a represa está tão sólida que pode enfrentar qualquer ataque convencional, seja cometido por terroristas ou por países estrangeiros.
Além disso, argumenta Cao, a barragem está situada a mais de 1.000 quilômetros da costa, o que a torna um alvo difícil. O pior cenário seria o de um ataque com uma arma nuclear.
Neste caso, só há uma opção, disse Cao. "Se houver um ataque nuclear, o principal procedimento é esvaziar o reservatório, o que poderia levar mais de três dias", explicou ele.
Segundo os responsáveis, as simulações em computador mostraram que os danos provocados pela liberação das águas da barragem iriam além de Shanghai, onde o rio Yangtse se encontra com o mar da China.
"Quando preparamos o projeto da barragem, fizemos estudos sobre o que aconteceria se ela fosse destruída", explicou Wang Xiaomao, vice-engenheiro da Comissão de Águas de Yangtse.
"Mesmo que haja uma guerra e a barragem seja destruída, os danos serão limitados", assegurou ele. No entanto, a confiança e o orgulho provocados por esse projeto faraônico se refletem na atitude de alguns engenheiros, quando eles são perguntados sobre um eventual ataque contra a obra.
"Não acontecerá nada", disse Feng Zhengpeng, diretor da sociedade de gestão do complexo hidroelétrico. "A China está em pleno crescimento e não acredito que um país nos atacará. Quem quer que deseje atacar a China deve pensar duas vezes", comentou.
Segundo "Os Amigos da Terra", o custo do projeto (de US$ 25 bilhões iniciais) "desviou-se em 50% em relação à estimativa inicial". "Seu reservatório de 660 km de largura deslocará quase 2 milhões de pessoas (...) com reinstalações que foram feitas através de pedidos insistentes ou dos tanques de guerra", acrescentou a ONG, denunciando as "violações brutais e maciças dos direitos humanos".
Segundo os números oficiais chineses, o número de pessoas deslocadas chega a 1,13 milhão. Os ecologistas acusam a barragem de "ameaçar a maior cidade da China, Xangai, com 15 milhões de habitantes, que fica a 900 km da represa, no delta do Yangtsé".
Em abril de 2006, um estudo científico mostrou que as áreas em torno do rio sofreram erosão de 4 km² por ano em alguns lugares desde a construção da barragem, em relação à média entre 1951 e 2004. v "Esta erosão maciça ameaça uma megalópole que atrai cada vez mais pessoas", precisou a associação. Treze anos depois do início das obras, os trabalhos terminam neste sábado. A barragem deve estar em funcionamento pleno em 2008, após a instalação dos 26 conjuntos de turbo-alternadores.
Segundo as autoridades de Pequim, a represa deve produzir quase 85 bilhões de Kwh por ano de eletricidade, distribuídos num raio de 1.000 quilômetros, num país de forte crescimento econômico onde as falta de energia é crônica.
No entanto, a magnitude da represa pode transformá-la em alvo de terroristas, temem as autoridades. "Tratamos com seriedade, muita seriedade, a segurança da barragem, em particular em caso de ataque terrorista", indicou Cao Guangjing, vice-presidente da China Yangtze Three Gorges Project Development, firma que supervisiona o projeto.
"Durante a fase preliminar da concepção da barragem, demos atenção particular à preparação contra um ataque militar", acrescentou ele. Num relatório de 2004 apresentado ao Congresso americano sobre a potência militar chinesa, o Pentágono havia evocado o cenário de um ataque de Taiwan à barragem das Três Gargantas.
Um dos sinais das medidas de segurança tomadas pelas autoridades para garantir a segurança do local é a presença de um destacamento da polícia armada popular, uma força paramilitar, perto da barragem.
"O que vocês podem ver de fato é apenas uma parte dos esforços", afirmou Cao. "Temos planos de urgência para enfrentar todas as eventualidades", assegurou ele.
Segundo a imprensa chinesa, as autoridades previram helicópteros militares, navios, veículos blindados e unidades antibombas. A China realizou vários treinamentos antiterroristas na área. Um deles simulava um atentado realizado com um barco cheio de explosivos.
Segundo os responsáveis, a represa está tão sólida que pode enfrentar qualquer ataque convencional, seja cometido por terroristas ou por países estrangeiros.
Além disso, argumenta Cao, a barragem está situada a mais de 1.000 quilômetros da costa, o que a torna um alvo difícil. O pior cenário seria o de um ataque com uma arma nuclear.
Neste caso, só há uma opção, disse Cao. "Se houver um ataque nuclear, o principal procedimento é esvaziar o reservatório, o que poderia levar mais de três dias", explicou ele.
Segundo os responsáveis, as simulações em computador mostraram que os danos provocados pela liberação das águas da barragem iriam além de Shanghai, onde o rio Yangtse se encontra com o mar da China.
"Quando preparamos o projeto da barragem, fizemos estudos sobre o que aconteceria se ela fosse destruída", explicou Wang Xiaomao, vice-engenheiro da Comissão de Águas de Yangtse.
"Mesmo que haja uma guerra e a barragem seja destruída, os danos serão limitados", assegurou ele. No entanto, a confiança e o orgulho provocados por esse projeto faraônico se refletem na atitude de alguns engenheiros, quando eles são perguntados sobre um eventual ataque contra a obra.
"Não acontecerá nada", disse Feng Zhengpeng, diretor da sociedade de gestão do complexo hidroelétrico. "A China está em pleno crescimento e não acredito que um país nos atacará. Quem quer que deseje atacar a China deve pensar duas vezes", comentou.
Fonte:
AFP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/300009/visualizar/
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