Nova onda de boatos sobre ameaças faz escolas dispensarem alunos

Uma nova onda de boatos sobre ameaças do crime organizado circulou por São Paulo na noite de quarta-feira (17). Alunos foram dispensados das aulas, estabelecimentos perderam clientes e até o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, teve a segurança reforçada.

Desta vez, o assunto era a suposta morte de familiares de Marcos Camacho, o Marcola, líder do PCC, e retaliações da quadrilha. A informação de que Alejandro Camacho, irmão do líder, tinha sido morto na prisão se espalhou. Também circularam notícias de que a mãe do líder tinha sido assassinada. Nada foi confirmado.

O delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, disse que o boato surgiu em decorrência de uma confusão com o homicídio de familiares de Marcelo Vieira, 34, o Capeta, apontado como chefe do tráfico em Parada de Taipas e gerente do PCC na zona norte. Ele está preso.

À 0h15 do domingo, três homens mataram a tiros Maria Aparecida Floriano da Silva, 63, e Eduardo Floriano da Silva, 24, mãe e irmão de Marcelo Vieira. A polícia investiga o caso.

Por causa dos boatos de ontem, universidades chegaram a dispensar alunos, caso do campus Vergueiro da Uninove, na zona sul, da faculdade de Direito da PUC, na zona oeste, e da FIG (Faculdades Integradas de Guarulhos), na Grande São Paulo.

O aeroporto de Cumbica, segundo a Polícia Militar, teve a segurança reforçada após o serviço de inteligência da polícia divulgar que novas ondas de ataque estavam programadas para ontem. De acordo com o órgão, a polícia da Aeronáutica atuou no local. Procurada pela Folha, a Infraero confirmou que as polícias Civil, Militar e Federal atuaram.

No Itaim Paulista, zona leste, uma diretora fechou a escola Madre Paulina, de 500 alunos, por ter recebido telefonema sobre suposta bomba no local.

Na Vila Olímpia, bairro nobre da zona sul, funcionários de estacionamentos diziam que os estabelecimentos estavam vazios por causa dos novos boatos. Os 150 carros que costumam parar em um deles caíram para 22.