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Cultura
Quinta - 11 de Maio de 2006 às 09:20
Por: Daniele Danchura

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Quem se lembra ou conheceu Cuiabá na década de 60? E antes? A avenida da Prainha, com o córrego, que deu nome à via, correndo a céu aberto, com suas pequenas pontes e o calçamento de pedras? Ou então as missas realizadas na antiga catedral antes que fosse demolida? Os banhos no rio Coxipó com suas águas límpidas? Memórias e curiosidades sobre a capital mato-grossense da fundação até a década de 1960 podem agora ser vistas no álbum histórico e fotográfico “Cuiabá – De Vila a Metrópole Nascente”, lançado pelo Arquivo Público de Mato Grosso e pela Entrelinhas Editora.

“Esse álbum é importante para rever a cidade em alguns ângulos que não estão disponíveis hoje. Eu tive a oportunidade de conviver os prédios que estão registrados em fotografias no livro. Essa é uma oportunidade de trazer essas imagens para nosso convívio”, salientou o professor José Afonso Botura Portocarrero, um dos colaboradores para a confecção do álbum.

Portocarrero disse que o livro foi muito bem elaborado. “É extremamente gratificante ver o trabalho concluído com tão boa edição. Parabenizo o Governo de Mato Grosso pelo primoroso trabalho, fechando o contexto de revitalização do patrimônio histórico do estado”, completou.

Para o superintendente do Arquivo Público, José Roberto Stopa, a publicação do Álbum Histórico Fotográfico é a consolidação do trabalho que está sendo realizado pelo órgão. “É uma instituição histórica tão importante para o Estado”, e continuou contando que todos que colaboraram e trabalharam para a existência do álbum não cobraram nada. “Todos doaram seu trabalho por que Cuiabá merecia essa doação. Eles deixaram seus afazeres para trás para confeccionar este álbum, que sem dúvida alguma entra para a história de Cuiabá. Foi um trabalho feito na base da boa vontade e amor pela cidade. Um trabalho que estava há muito tempo parado e era um sonho dos funcionários do Arquivo Público”, salientou.

O secretário de Estado de Administração Geraldo de Vitto Jr. completou a declaração do superintendente afirmando que os realizadores do álbum colaboraram por amor à história de Cuiabá e pelas suas raízes. “É importante fazer o agradecimento dessas pessoas colaboradoras. Grande parte do acervo utilizado vem de arquivos particulares. Ter posse desse registro é contar a própria história. As pessoas que disponibilizaram os seus arquivos cederam, também, um pouco de sua história particular”, lembrou.

Para De Vitto, uma obra como o álbum histórico fotográfico mostra a riqueza da história de Mato Grosso e de Cuiabá. “Mostra que Cuiabá é uma cidade moderna, uma cidade pungente, mas ao mesmo tempo mostra que é uma das cidades mais bonitas historicamente falando. Esse é o primeiro trabalho que queremos traçar por meio do Arquivo Público que é um disseminar de conhecimento e não apenas um depósito de papéis”, concluiu.

O historiador Aníbal Alencastro, do Arquivo Público, lembrou que a idéia de se publicar o álbum surgiu do antigo superintendente do Arquivo Público, José Fernandes Alencastro, que queria inovar a forma de mostrar o órgão, tanto em acervo documental quanto fotográfico. “O álbum não pára por aqui. Fizemos até o momento que Cuiabá teve um boom de imigração, em 1960. A proposta é dar continuidade ao material.”, ressaltou o professor.

Outro organizador do álbum fotográfico, o coordenador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Cuiabá, Cláudio Conte, disse estar satisfeito com o trabalho. “É um passeio geográfico temporal, com trajetos a serem seguidos e muitas vezes ilustrados com a foto atual para que a pessoa possa se situar. O álbum mostra o potencial que se tem de recuperar essa cidade e o governo tem mantido esse movimento de vanguarda. Nosso objetivo foi alcançado a partir do momento que mostramos como se perdeu a beleza da cidade em alguns locais. Ainda tem muita coisa que precisa ser feita no casario cuiabano”, contou.

Para Conte, é necessário propor um segundo volume do álbum para que se possa chegar até a atualidade. “A idéia é mostrar o crescimento da cidade. Em 1960 tínhamos 50 mil habitantes, hoje temos 550 mil”, explicou.

“Estou muito satisfeita com o resultado, mas com a sensação de que se pode fazer ainda mais”, salientou Maria Tereza Carrion Carracedo, da Entrelinhas Editora. Ela explicou que a editora participou da obra desde o início do processo de 2001, resultando em uma ação coletiva. “Temos vontade de continuar o trabalho, mas isso vai depender da continuação da parceria do governo com a editora. Se isso acontecer, faremos outro trabalho continuando da década de 70”, explicou.

Segundo Carracedo, o objetivo do álbum era mostrar por meio de imagens a transformação urbana de Cuiabá. “Como estamos passando por um processo de revitalização histórica, o álbum se torna um instrumento de pesquisa”, concluiu.





Fonte: Da Assessoria

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