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Politica Brasil
Quarta - 10 de Maio de 2006 às 12:26

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Um ano após injetarem R$ 1,1 bilhão na Brasil Ferrovias, os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa Econômica Federal) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) venderam a companhia para a ALL Logística. O valor da operação é de R$ 1,4 bilhão e envolve só troca de ações.

Com o negócio, os fundos e o BNDES passam a deter 20,2% do capital da ALL e farão parte do bloco de controle da ferrovia, que hoje é concessionária da malha da antiga Rede Ferroviária Federal na região Sul. O valor de troca das ações foi fixado com base na cotação dos papéis da ALL, controlada pelo GP Investimentos.

Pelo acordo assinado ontem, além da Brasil Ferrovias, a ALL também passará a controlar a ferrovia Novoeste (que liga Mato Grosso do Sul ao interior de São Paulo), cujo controle estava só com os fundos de pensão.

A ALL assumirá ainda as dívidas da Brasil Ferrovias, avaliadas em R$ 1,6 bilhão --95% do valor são débitos de longo prazo com o BNDES.

Para concretizar a operação, o banco estatal converteu R$ 310 milhões de debêntures em ações da Brasil Ferrovias, segundo o presidente da ALL, Bernard Hess. No ano passado, o BNDES havia emitido as debêntures para emprestar recursos à companhia em seu processo de reestruturação. A troca de ações depende da aprovação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A expectativa da ALL é que o órgão aprove o negócio em 30 dias.

Em maio do ano passado, fundos e BNDES aportaram R$ 1,1 bilhão em dinheiro novo e converteram dívidas em ações da Brasil Ferrovias. Só em novos recursos, os fundos colocaram R$ 212 milhões cada um na empresa.

O banco estatal detinha 43% de participação na Brasil Ferrovias, que controla as ferrovias Ferroban (antiga malha da Rede Ferroviária Federal em São Paulo) e Ferronorte. Juntas, formam um corredor que liga o Centro-Oeste ao porto de Santos. Os fundos de pensão tinham, juntos, 47% do capital da Brasil Ferrovias.

Com as dificuldades financeiras da Brasil Ferrovias, os fundos preferiram a capitalização a deixar a concessão da ferrovia caducar, disse o presidente da Funcef, Guilherme Lacerda. Segundo ele, se os fundos não tivessem feito a reestruturação, o investimento anterior estaria perdido.





Fonte: Olhar Direto

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