Rebanho menos estressado, mais rentabilidade

O professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Jaboticabal, Mateus Paranhos da Costa, garante que o investimento em boas práticas de manejo e no bem-estar animal aumenta a rentabilidade do produtor. “Um tratamento adequado diminui o número de animais feridos, mortalidade dos bezerros e os acidentes de trabalho. Por outro lado aumenta a fertilidade das fêmeas e a rentabilidade das carcaças porque há uma diminuição no estresse do rebanho”, explica.

Na opinião do professor, é fácil fazer estas mudanças. “É só abrir os olhos e prestar atenção no que está acontecendo no cotidiano da propriedade e, em seguida, investir na minimização dos riscos. Por exemplo, se uma vaca cai ou se machuca sempre no mesmo lugar é preciso verificar o que está acontecendo e consertar ou arrumar o local para evitar a queda ou o ferimento. Se a causa é um buraco, é só tampar. Já se for um pedaço de madeira ou uma pedra é necessário remover. Com estas atitudes é possível evitar muitos transtornos. Às vezes são coisas simples que podem ser feitas sem nenhum gasto”, especifica Paranhos.

Ele garante que basta uma mudança de atitude. Mas para isso é preciso que o produtor conheça bem o comportamento do animal. Na palestra ministrada no Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec), Paranhos abordou estratégias de implementação de boas práticas de manejo na vacinação e também no pré-abate. “O ideal é conter o animal e vacinar um a um. É preciso descartar aquela vacinação feita na mangueira. Além do risco de ferimentos, pode desencadear um acidente de trabalho com o peão. Isso gera gastos para o produtor”.

Outro alerta de Paranhos é para o manejo na hora do abate. Ele destaca que as carcaças machucadas são descartadas ou têm um grande desconto causando um imenso prejuízo para o produtor. “Sendo assim é preciso ter cuidado desde a separação do lote, no embarque e, principalmente, no transporte. São vários pontos que precisam de atenção. No entanto, a partir do momento em que ocorre a mudança, o produtor percebe o aumento da rentabilidade das carcaças”, explica.