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Politica Brasil
Terça - 09 de Maio de 2006 às 16:46

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A deputada Edna Macedo (PTB-SP) fez um discurso emocionado hoje no plenário da Câmara em defesa do seu filho, Otávio José Bezerra Fernandes, preso pela "Operação Sanguessuga", deflagrada na quinta-feira passada pela Polícia Federal. Chorando, petebista disse que seu filho "foi tratado como bandido" e, até agora, não teve chance para se defender.

"Se ao menos tivessem feito uma investigação preliminar para ver com quem eles estavam lidando isso não teria acontecido", lamentou. O filho da deputada foi acusado pela PF de corrupção passiva, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Fernandes trabalhou com a mãe na Câmara, mas já estava afastado do gabinete quando foi preso. A deputada contou que visitou o filho no domingo em Cuiabá, onde está preso. "Um menino íntegro, de boa índole, até na prisão", afirmou ela se referindo ao filho.

Para ilustrar o comportamento do filho, a deputada revelou que levou sanduíches do "Bob's" para ele, que recusou o mimo. Ele deu os sanduíches para o preso mais perigoso que estava lá. O homem ficou tão feliz porque nunca tinha comido um sanduíche do Bob's."

"Ele me disse: 'Não mamãe, eu sempre tive isso!' Eu não criei nenhum bandido. Tenho honra, caráter", afirmou ela.

Transtornada, a deputada não conseguiu completar o discurso. No pronunciamento entregue à Câmara, Edna Macedo apontou erros que a PF teria cometido para incluir seu filho na lista dos denunciados.

Segundo ela, Fernandes não era mais funcionário do seu gabinete conforme consta na ordem de prisão. Ele teria deixado o cargo em 2004. O aumento no patrimônio dele considerado suspeito pela PF também tem explicação. Segundo a deputada, Fernandes morava com ela e nesse tempo juntou dinheiro para comprar dois terrenos.

Críticas no Congresso

Desde que foi deflagrada, a "Operação Sanguessuga" provocou uma série de protestos na Câmara. A deputada Denise Frossard (PPS-RJ) --conhecido por ter mandado para a cadeia bicheiros quando era juíza no Rio de Janeiro-- também teve o nome citado. Ela anunciou que irá processar o delegado que comandou as investigações, Tardelli Boaventura.

"O delegado pega o nome de vítimas e suspeitos, coloca tudo no mesmo saco e manda, sem dizer estes: 'aqui são suspeitos, estes aqui tiveram o nome mencionado porque a quadrilha queria atacar as emendas deles'", condenou a deputada.





Fonte: Folha Online

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