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Politica Brasil
Sexta - 28 de Abril de 2006 às 09:23
Por: Marianna Peres

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As dívidas dos produtores rurais mato-grossenses com o Banco do Brasil (BB) podem ser reduzidas em cerca de 56%, uma conseqüência do pacote de medidas destinadas ao setor, confirmado nesta semana pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). De acordo com as novas regras, a expectativa da superintendência do BB é de que de uma dívida global de R$ 960 milhões, R$ 426 milhões sejam recuperados.

O superintendente de Varejo do BB, Renato Barbosa, esclarece que há uma estimativa de que somente na modalidade de investimento sejam reavidos R$ 300 milhões, de um total de R$ 146 milhões já vencidos neste ano e de outros R$ 154 milhões a vencer em 2006. Já com relação às dívidas acumuladas de custeio, em R$ 330 milhões, pelas regras, somente R$ 30 milhões deverão ser recuperados. (Veja quadro).

Além desta expectativa de reaver R$ 330 milhões da dívida global (investimentos e custeio), Barbosa leva em consideração as cifras contabilizas no programa de recomposição de débitos, implantado pelo próprio banco, que tem a previsão de extrair do total devido pelos produtores outros R$ 204 milhões. Estas cifras somadas aos R$ 330 milhões poderão representar uma recuperação total de R$ 426 milhões, de um total de R$ 960 milhões.

Barbosa destaca, ainda, que em relação ao total financiado pelo BB na safra passada -- levando em conta outras operações além do custeio -- foram aplicados no Estado cerca de R$ 5 bilhões, e com uma recuperação como a prevista, o índice de inadimplência cairia para próximo de 10%. Em 31 de dezembro a inadimplência no BB atingiu 23% e no final do primeiro trimestre deste ano recuou para a casa dos 19%.

Com relação ao plano de recuperação de débitos implantado pelo BB em fevereiro passado, Barbosa conta que o volume de propostas recebidas pelo banco somou R$ 204 milhões, dos quais R$ 77 milhões já tiveram todos os trâmites encerrados.

“Acredito que alguns produtores, dentro deste universo de R$ 127 milhões em dívidas -- que faltam sacramentar a recomposição --, esperavam por um anúncio da União que fosse mais atrativo do que o proposto por nós. Agora o produtor pode optar. Como hoje é o último dia para o pagamento da entrada para aqueles que recompuseram seus débitos conosco, acredito que o volume já contabilizado de recuperação, de R$ 77 milhões, poderá ser positivamente alterado”, explica Barbosa.

O superintendente afirma que, apesar das estimativas de recuperação de R$ 330 milhões, por meio do pacote da União, “fica difícil estimar quantos produtores poderão se beneficiar, mesmo porque quem não prorrogou as contas no ano passado, ou seja, permanece inadimplente, está fora destas novas regras. Mas é hora de correr e recuperar o tempo e o dinheiro que já perdemos até agora”.

CRÍTICA – Ontem o superintende voltou a chamar a atenção dos produtores mato-grossenses. “Se eles tivessem feito a lição de casa, as coisas seriam diferentes agora, seriam melhores”. Ele critica a posição adotada pelos produtores de permitir que as dívidas fossem vencendo mês a mês. “Se lá em junho, antes do primeiro vencimento no dia 15, o produtor tivesse procurado o banco para renegociar, ele teria mantido a mesma taxa de juro do contrato -- geralmente 8,75% ao ano -- e não estaria sujeito às multas de inadimplência”.

Em uma simulação, o BB mostra que em um financiamento de R$ 1 milhão, contraído em 15 de junho do ano passado, o produtor que tivesse procurado o banco para prorrogar a conta teria conservado a mesma taxa de juros e ao final do contrato pagaria ao BB R$ 1,075 mil. Já quem ficou inadimplente soma atualmente uma dívida de mais R$ 1,31 mil. “Valor que não calcula ainda multa contratual de 10% sobre o total financiado e nem taxa de inadimplência”, observa Barbosa.





Fonte: Diário de Cuiabá

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