Política cambial impede crescimento econômico país

O ex-ministro Mário Henrique Simonsen afirmou em seu livro Brasil 2001 que “a inflação incomoda, mas o câmbio mata”. E o que nós estamos assistindo hoje, analisa o ex-deputado federal Bento Porto, é a quase morte do agronegócio brasileiro e do setor exportador do país diante de uma realidade cambial distorcida.

A sobrevivência do setor do agronegócio dependeria de um dólar no mínimo correspondente a R$ 3,00, de acordo com o ex-deputado. “Todavia, com a política de juros altos voltada para o combate da inflação como um fim, acabou possibilitando um fluxo muito grande da moeda americana no país na forma de capital especulativo, derrubando drasticamente a cotação do dólar”, explica ele.

A questão é que, tomando como referência a opinião do ex-ministro, diz Bento Porto, a inflação que apenas incomoda está sendo tratada como um fim, quando o objetivo deveria ser o desenvolvimento do país.

“O câmbio, na atual situação, está matando a possibilidade de crescimento da economia brasileira. A continuar a atual política econômica por mais um ano, o setor exportador brasileiro se sucumbirá como já está acontecendo”, analisa o ex-deputado, ressaltando que esta orientação da política monetária é a causadora da taxa ridícula de crescimento da economia de 2,3% no ano de 2005.

O Estado de Mato Grosso, cuja força econômica está concentrada no setor primário e no agronegócio, continua Bento Porto, é uma das unidades da Federação que mais está sendo prejudicada com a redução da produção do setor agropecuário, principalmente dos grãos, onde os custos superam o valor da produção. A situação se repete entre os madeireiros, inclusive com a possibilidade quebra nos contratos de exportação, arduamente conquistados pelo setor.

“Pelo potencial de Mato Grosso e a localização estratégica do Estado, no centro geodésico da América do Sul, apesar destes momentos difíceis, vislumbra-se uma excelente perspectiva para os próximos anos, com a implantação de uma política estadual centrada na industrialização, no avanço da tecnologia e em forte investimento na infra-estrutura”, conclui o ex-deputado federal Bento Porto.