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Economia
Segunda - 24 de Abril de 2006 às 09:34

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Agricultores de Sorriso, Lucas do Rio Verde, Sinop, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Nova Mutum, Vera e muitas outras cidades do estado campeão em produção de soja elaboraram a carta " Grito do Ipiranga", que será encaminhada ao Governo federal cobrando mudanças urgentes na política econômica para evitar uma quebradeira generalizada de produtores. Os custos com a produção de soja, em 2004, por exemplo, eram de US$ 50 tonelada e hoje dobraram. A grande maioria dos agricultores não está conseguindo pagar os custos de produção com a cotação tão baixa da soja ( R$ 15,00).

Desde semana passada, os produtores de Ipiranga do Norte ( 120 km de Sorriso) iniciaram movimento "Grito do Ipiranga" que ganhou força em outras cidades. Eles trancaram acesso a armazéns e, a partir de hoje, o movimento é fortalecido com bloqueio de rodovias.

Só Notícias teve acesso á " Carta do Ipiranga" que será encaminhada ao governo Lula cobrando urgentes providências:

"O agronegócio tem salvado as finanças do Brasil gerando superávits na balança de pagamentos do país desde 1998, não é pouco, além de representar uma boa parcela de nossa economia global (PIB), é um dos maiores geradores de emprego e renda, não só no meio rural como no urbano é a real vocação do Brasil .

Hoje, o agricultor mal consegue sobreviver e vive o momento as vezes comemora safras recordes e não faz reservas, porque quase sempre é arrojado e reinveste o que ganha. aliás, esta é uma condição essencial para se manter no mercado, mas acaba se refletindo em outra realidade: com a implantação de técnicas e equipamentos modernos, a produção tende a aumentar e os preços caem. O produtor não tem saída: se parar de investir, sai do mercado; se modernizar a produção, vê os preços caírem, a lógica é cruel e, neste ciclo, dificilmente sobra algum recurso para criar fundos de reservas.

O capital de giro, comum nas empresas, é peça chave para a estabilidade da agricultura e da própria economia, quando o agricultor perde uma safra ou tem preços de venda abaixo do seus custos, toda a cadeia ao seu redor se desestabiliza, com reflexos quase sempre geradores de problemas mais sérios, como o desemprego, aumento do êxodo rural, outra conseqüência direta é o reflexo no comércio dos municípios de economia agrícola. a queda brusca de renda pode inviabilizar a administração das pequenas cidades.

sem dinheiro, o agricultor não compra, o comerciante não vende e os pequenos municípios ficam ainda menores.

Desde novembro de 2004 lideranças do setor vem alertando o governo “lula” sobre a influência nefasta da política econômica adotada, apesar do segmento ter influencia direta nos superávits do pais o setor produtivo vem vivendo desde o final do ano passado um de seus piores momentos com os atores de toda a cadeia do agronegócio na corda bamba, somando prejuízos exorbitantes, e perdendo renda ano após ano .

Este movimento denominado Grito Do Ipiranga, culmina em varias ações proativas dos produtores cansados dos constantes pronunciamentos do governo federal criminalizando quem produz alimento, gera renda e emprega milhares de pessoas e vendo que dia após dia só recebe promessas e soluções paliativas que não resolvem em absoluto o caos sócio- econômico já instalado no campo e nas cidades resolveram dar um basta à insensibilidade, ineficácia e ao total descaso do governo “lula” ante ao setor produtivo.

Esta política econômica que assumidamente traz desespero e insegurança no campo, só privilegia o setor financeiro e promove uma olimpíada canibal para ver qual banco lucra mais, o surgimento da ferrugem asiática a falta de infra-estrutura o real sobre-valorizado, a Petrobrás que anuncia auto suficiência em petróleo as custas de investimentos públicos, aumenta o preço do óleo diesel em mais de 42%, sem qualquer lastro causando enormes prejuízos no custo de produção das lavouras com conseqüente falência sistêmica do setor.

Informar e sensibilizar a sociedade, da gravidade do problema mostrando de forma clara que precisamos mudar imediatamente a estratégia míope deste governo irresponsável, que governa desde o primeiro dia para enriquecer os banqueiros e aniquilar o setor produtivo deste país.

Reivindicações: 1) Normatização imediata da “MP da Agricultura”. 2) Política Agrícola clara e de longo prazo 3) Mudança na política cambial – diminuição de taxa de juros já. 4) Liberação imediata de recursos para compra de milho (AGF) 5) Credenciamento urgente denovos armazéns na região 6) Criação de bônus de transporte (equalizar o custo de produção e preço pago pelo mercado).

7) Desoneação do óleo diesel ( CIDE,PIS.COFINS, ICMS). 8) Implementar alteração no FATGIRO RURAL – contemplando maior prazo e o financiamento direto ao produtor de todos os insumos, inclusive óleo diesel, prever o re- financiamento de CPR e CPRF emitidas junto as instituições financeiras.

9) Atualização dos preços mínimos para garantir a renda mínima ao produtor disponibilizando a opção de equivalência produto nas contratações de novos financiamentos.

10) Bio combustível- implementação imediata do bio-diesel B-8 e regular o uso de bio-combustível a nível regional permitindo o utilizar puro ou em mistura por parte do produtor.

11) Implementação do seguro rural que garanta a renda ao produtor 12) Desoneração da carga tributária dos insumos. 13) Manter e fortalecer o plano de asfaltamento da BR-163 ( até o porto de Santarém) 14) Definir sob condições viáveis o plantio da próxima safra





Fonte: Só Notícias

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