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Politica Brasil
Quinta - 20 de Abril de 2006 às 16:25

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No retorno ao país do primeiro astronauta brasileiro a visitar o espaço, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu aos críticos da missão dizendo que gostaria de fazer uma viagem cósmica semelhante.

"Eu teria vontade de estar no seu lugar. Sei que não tenho preparo físico...Quem sabe um dia, quando estiverem levando pessoas da terceira idade, eu possa ir até lá", afirmou o presidente durante a cerimônia de condecoração de Marcos Pontes nesta quinta-feira.

Lula rebateu críticas sobre a finalidade da missão e disse que os cerca de 10 milhões de dólares implicados na viagem já foram recompensados. Ao falar de investimentos em setores estratégicos, ele também defendeu a autonomia brasileira na produção de urânio enriquecido.

"Tem gente que acha que a gente não deve gastar dinheiro com isso (a viagem espacial). Tem gente que acha que a gente não deve gastar dinheiro com nosso submarino, tem gente que acha que a gente não deve tratar com a questão do urânio", disse.

A afirmação do presidente, entusiasta do programa nuclear brasileiro para fins pacíficos, é feita em meio a um impasse internacional envolvendo as ambições nucleares do Irã. O governo norte-americano acusa Teerã de buscar tecnologia para bombas atômicas, o que o país nega.

O Brasil, que detém a tecnologia para a produção de urânio enriquecido, foi pressionado pelos EUA em 2004 a dar acesso a inspetores nucleares à planta de enriquecimento de urânio em Resende (RJ).

Após duras negociações, a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de inspeção em Resende para que houvesse certeza de que nenhum material do programa de enriquecimento pudesse ser desviado para a fabricação de bombas. O Brasil é signatário de acordos internacionais, como o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que o impedem de usar a energia nuclear para fins militares.

FEIJÃO NA MICROGRAVIDADE

Durante a viagem de 10 dias, Marcos Pontes realizou experimentos em ambiente de microgravidade, entre eles a germinação de sementes de feijão — uma iniciativa de alunos de escolas públicas brasileiras. A experiência, vista como rudimentar por especialistas, virou alvo de recorrentes críticas.

Mas o presidente Lula sustenta que o Brasil não está distante de outros países no desenvolvimento da tecnologia espacial.

"Se todos sentissem o orgulho que eu sinto, eu queria dizer que o que nós gastamos para mandar você para lá foi pouco em relação ao que você passou a representar para o Brasil", acrescentou o presidente.

Para Marcos Pontes, "qualquer comentário sobre essas críticas seria deselegante".

"Eu tomei os experimentos com seriedade e acho que eles têm a sua importância científica", disse.

Desde 1961, quando o aviador russo Yuri Gagarin fez, pela primeira vez na história, uma órbita completa na Terra a bordo da nave Vostok, 36 países estiveram no espaço. Último lugar no ranking, o Brasil perde para nações latino-americanas como Cuba (1980), México (1985) e Costa Rica (1986).





Fonte: 24HorasNews

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