Bloqueio pode deflagar crise no setor agrícola

O deputado Dilceu Dal’Bosco (PFL) se mostra preocupado com a possibilidade dos produtores rurais bloquearem a rodovia BR-163, nas entradas das principais cidades da região norte do Estado. Durante a sessão matutina desta quinta-feira (20), o parlamentar usou a tribuna da Assembléia Legislativa para pedir “bom senso” aos participantes do chamado “Grito do Ipiranga”.

“Faço um apelo para os organizadores não bloquearem totalmente a rodovia, e proibirem apenas a entrada de insumos e saída da produção”, afirma o deputado, propondo a passagem de ambulâncias e carros de passeios. “Não podemos tirar o direito do cidadão de ir e vir”, propõe ele.

Na verdade o manifesto dos produtores é para chamar a atenção contra a política agrícola do Governo Federal, e ainda, pedem a moratória das dívidas deles com os bancos. Segundo Dal’ Bosco, a princípio, a BR-163, será bloqueada nas entradas das cidades de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop.

Endossando a opinião de Dal’ Bosco, o deputado Ságuas Moraes (PT), também se mostrou preocupado com a possibilidade de bloqueio total da rodovia. No entanto, Ságuas apontou algumas saídas para tentar driblar a crise que assola toma conta da agricultura. “Não podemos ficar discutindo crise, se não buscarmos alternativas, e hoje, temos sim que, debater a redução do ICMS para o setor de transporte e também agrícola”, definiu Ságuas.

Um dos exemplos citados pelo deputado petista, é investir na verticalização da produção do Estado com a construção de usinas do biodiesel no Estado. Ságuas comentou os investimentos de empresários no município de Barra do Bugres. “Pode ser um dos pontos de escape para alcançarmos nossos objetivos, e o Governo Federal tem mostrado trabalho com biocombustível, e Mato Grosso é um Estado que tem esse potencial. Temos que investir nas raízes dos problemas para termos soluções”, adiantou o parlamentar.

Vencer a crise agrícola é a grande meta dos produtores, e Dilceu sabe das dificuldades enfrentadas na região norte do Estado. “Os produtores estão sentindo na pele esses problemas e a classe rural precisa se unir neste difícil momento”, explica Dilceu.