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Politica Brasil
Quinta - 20 de Abril de 2006 às 14:43
Por: Luciana Cury

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Desde 1988, a Constituição Federal do Brasil tornou crime o racismo; a discriminação e a prática de preconceito racial de qualquer natureza. Porém, mesmo com a legislação em vigor há 16 anos, a discriminação e o racismo, de forma discreta e maquiada, ainda persiste na sociedade. Para modificar esse quadro ou tentar diminui-lo, o deputado estadual Eliene Lima (PP) sugere, em forma de indicação, que a Secretaria de Educação do Estado implante o projeto educacional ‘Desconstruindo o racismo em Mato Grosso’. Existente em 11 estados, o projeto, que é de autoria do Centro Nacional de Cidadania Negra (Ceneg), é referencia nacional no combate a desigualdade racional no Brasil.

O parlamentar estadual destaca que apesar do avanço da sociedade em querer acabar com a discriminação e com o preconceito, essas atitudes, de forma silenciosa, ainda existem. “Embora sejam assuntos deixados de lado pela maioria da nossa sociedade e encobertas pela falsa democracia racial, o racismo, o preconceito racial e a discriminação racial são práticas que devem ser combatidas. Mato Grosso tem em sua maioria um povo aberto e generoso, sem preconceitos e democrático, mas a discriminação ainda está presente”, comenta Eliene Lima.

O registro de mais uma ocorrência de ofensas racistas, na manhã da ultima quarta-feira (19), pela Polícia Civil de Cuiabá, reforça, conforme o parlamentar, a necessidade de implantar o projeto.

Se for acatado pelo Governo do Estado, o Ceneg buscará apoio para realizar o ‘1º Seminário Avaliativo e Propositivo em Mato Grosso’, promover campanhas de combate ao racismo nas escolas e na sociedade organizada, e incentivar a organização da ‘Semana da Consciência Negra (20 de novembro), e Morte Zumbi dos Palmares.

Palestras, exposições, trabalhos em grupos, e debates, serão as formas que o órgão irá adotar para colocar o projeto em funcionamento. O Ceneg ainda planeja promover campanhas nos meios de comunicação, entre eles rádio, TV, jornais, outdoor e panfletos.

“A discriminação racial, quando atinge a pessoa negra, por extensão, não só atinge todo povo negro, mas também todo ser humano, independente da cor ou raça”, afirma o deputado.

O 4º secretário da Assembléia Legislativa ressalta que embora a maioria da população brasileira afirma não ser preconceituosa, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ao contrário: o rendimento médio dos homens brancos no Brasil é quase duas vezes e meia maior que o de homens negros e quase quatro vezes mais que as mulheres negras, a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD). O desemprego alarmante do nosso país atinge com maior incidência, a população negra, de acordo com dados coletados nas principais regiões metropolitanas do país (1998). “É preciso desmistificar a falsa idéia da ‘democracia racial’ no nosso Estado”, finaliza o parlamentar.





Fonte: Da Assessoria

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