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Eleição para presidente agita o clima no São Paulo
SÃO PAULO - Como já se tornou tradição, o equilíbrio deve marcar as eleições presidenciais no São Paulo, a partir das 18 horas, no salão nobre do Morumbi. Juvenal Juvêncio, candidato da situação, e Marcelo Martines, pela oposição, concorrem ao posto de Marcelo Portugal Gouvêa, que deixa a presidência após dois mandatos vitoriosos.
Os títulos conquistados no futebol - especialmente o tricampeonato da Libertadores e do Mundial - e a ótima situação patrimonial do clube são os grandes trunfos da situação. Mesmo assim, ninguém dá o pleito por decidido, já que nas últimas disputas o resultado só foi conhecido nos últimos votos. Os candidatos disputam a preferência de 236 conselheiros. "Não há eleição fácil no São Paulo, mas espero que meu sucessor dê seqüência ao bom trabalho que fizemos", diz Gouvêa.
Em 2002, o próprio Gouvêa chegou ao comando do clube por apenas dois votos de diferença, quando venceu Paulo Amaral, por 118 a 116. No ano 2000, o próprio Amaral derrotara Carlos Augusto de Barros e Silva, por 117 a 112. Dois anos antes, Gouvêa havia perdido para Carlos Augusto Bastos Neto, por 110 a 100. A reeleição de Gouvêa, em 2002, foi a mais tranqüila: ganhou de José Carlos de Mello Dias por 117 votos a 83.
De acordo com os dirigentes, esse equilíbrio traz um movimento saudável ao São Paulo, o que não ocorre em outros clubes, como Corinthians, Palmeiras e Santos. "Uma oposição forte obriga a situação a sempre trabalhar bem", opina Marcelo Martines. "Mas no São Paulo a oposição é sadia", garante.
Nos bastidores, ambas as partes se movimentaram para angariar votos. Viagens e promessas de cargos teriam servido de moeda de troca. A guerra pelo poder não está tão explícita quanto em pleitos anteriores, quando houve adiamento da votação, acusações e até agressões físicas. Mas a oposição cobra mais transparência dos adversários em relação às finanças do clube. A situação, por sua vez, alega que não há motivos para deixar o poder. "Depois de tudo o que essa diretoria conseguiu, não vejo como alguém tenha proposta para melhorar isso", arrisca Juvenal.
Missão cumprida "Deixo o São Paulo com a certeza da missão cumprida." É dessa forma que Marcelo Portugal Gouvêa, de 67 anos, se despede da presidência, com a certeza de que entrou para a história do clube. "Toda vez que encontro com algum são-paulino, me agradece pelo trabalho", conta. "Até torcedores de outros clubes me cumprimentam."
Entre as maiores realizações de sua gestão, Gouvêa cita como destaques os títulos do futebol e a construção do CT de Cotia, reservado para as categorias de base. "Ganhamos campeonatos que todos os torcedores sonhavam e construímos um patrimônio invejável", comenta.
Depois de deixar o cargo, hoje à noite, Marcelo Portugal Gouvêa não vai se afastar totalmente do São Paulo. "Virei um ´cardeal´, como dizem. Sou sócio benemérito e vitalício e estarei à disposição do clube, se for necessário", diz. Mas o dirigente pretende descansar, se dedicar mais ao escritório de advocacia e ao turfe, uma de suas paixões. "Também vou ter mais tempo para as corridas de cavalos."
Currículo rico
Em time que está ganhando, não se mexe. Esse é o lema de Juvenal Juvêncio, 66 anos, candidato da situação à presidência do São Paulo. O dirigente já ocupou o cargo entre 1988 e 1990 e, como diretor de futebol desde 2003, foi responsável pela montagem do elenco campeão da Libertadores e do Mundial em 2005. "Não há conquistas maiores do que as que alcançamos", prega. "O são-paulino sabe que, se houver mudança, será para pior."
Se for eleito, o futebol continuará a ser prioridade. "É a alma do clube. Sem futebol, não há razão para existirmos", opina. Por isso, promete manter o comando da equipe profissional com mãos de ferro. "Não quero ser presidente para ficar atrás de uma mesa e lidar com a burocracia do clube. Serei presidente ativo, para manter nosso elenco forte."
Advogado e conselheiro vitalício do clube, Juvenal pretende fazer ajustes na parte social, mas diz que os associados estão felizes. "Nosso patrimônio já é excelente", pondera. A exploração da marca do clube merecerá atenção. "Temos um grupo que faz excelente trabalho e conseguiu contratos ótimos, mas no Brasil o marketing esportivo ainda tem muito a melhorar."
Suor derramado
Vivência no futebol e dedicação ao clube não faltam ao advogado e empresário Marcelo Martines, candidato da oposição. "Só de conselho e diretoria são 40 anos", conta. “Nesse período, participei de praticamente todas as administrações.”
Martines, 72 anos, era dirigente na época do bicampeonato mundial, em 1992 e 1993, e pode afirmar que já suou a camisa pelo clube. “Na juventude, fui pugilista do São Paulo, disputei campeonatos, treinei com o Eder Jofre. Mas percebi que não era esporte para mim”, brinca.
Diretor de futebol, na década de 80, Martines foi responsável pela chegada de alguns dos maiores craques que já vestiram a camisa tricolor. “Contratei o Careca e o Müller, entre outros”, lembra. “Tenho experiência de sobra para fazer uma boa administração.”
O futebol continuará sendo o carro-chefe do clube, caso Martines vença a eleição presidencial. E, apesar dos três títulos conquistados pela equipe prifissional em 2005, Martines vê falhas na administração. “O São Paulo sempre teve força nas categorias menores e há muito tempo não revelamos ninguém”, observa. “É preciso reformular nossa base e aproveitar melhor os CTs que temos.”
Os títulos conquistados no futebol - especialmente o tricampeonato da Libertadores e do Mundial - e a ótima situação patrimonial do clube são os grandes trunfos da situação. Mesmo assim, ninguém dá o pleito por decidido, já que nas últimas disputas o resultado só foi conhecido nos últimos votos. Os candidatos disputam a preferência de 236 conselheiros. "Não há eleição fácil no São Paulo, mas espero que meu sucessor dê seqüência ao bom trabalho que fizemos", diz Gouvêa.
Em 2002, o próprio Gouvêa chegou ao comando do clube por apenas dois votos de diferença, quando venceu Paulo Amaral, por 118 a 116. No ano 2000, o próprio Amaral derrotara Carlos Augusto de Barros e Silva, por 117 a 112. Dois anos antes, Gouvêa havia perdido para Carlos Augusto Bastos Neto, por 110 a 100. A reeleição de Gouvêa, em 2002, foi a mais tranqüila: ganhou de José Carlos de Mello Dias por 117 votos a 83.
De acordo com os dirigentes, esse equilíbrio traz um movimento saudável ao São Paulo, o que não ocorre em outros clubes, como Corinthians, Palmeiras e Santos. "Uma oposição forte obriga a situação a sempre trabalhar bem", opina Marcelo Martines. "Mas no São Paulo a oposição é sadia", garante.
Nos bastidores, ambas as partes se movimentaram para angariar votos. Viagens e promessas de cargos teriam servido de moeda de troca. A guerra pelo poder não está tão explícita quanto em pleitos anteriores, quando houve adiamento da votação, acusações e até agressões físicas. Mas a oposição cobra mais transparência dos adversários em relação às finanças do clube. A situação, por sua vez, alega que não há motivos para deixar o poder. "Depois de tudo o que essa diretoria conseguiu, não vejo como alguém tenha proposta para melhorar isso", arrisca Juvenal.
Missão cumprida "Deixo o São Paulo com a certeza da missão cumprida." É dessa forma que Marcelo Portugal Gouvêa, de 67 anos, se despede da presidência, com a certeza de que entrou para a história do clube. "Toda vez que encontro com algum são-paulino, me agradece pelo trabalho", conta. "Até torcedores de outros clubes me cumprimentam."
Entre as maiores realizações de sua gestão, Gouvêa cita como destaques os títulos do futebol e a construção do CT de Cotia, reservado para as categorias de base. "Ganhamos campeonatos que todos os torcedores sonhavam e construímos um patrimônio invejável", comenta.
Depois de deixar o cargo, hoje à noite, Marcelo Portugal Gouvêa não vai se afastar totalmente do São Paulo. "Virei um ´cardeal´, como dizem. Sou sócio benemérito e vitalício e estarei à disposição do clube, se for necessário", diz. Mas o dirigente pretende descansar, se dedicar mais ao escritório de advocacia e ao turfe, uma de suas paixões. "Também vou ter mais tempo para as corridas de cavalos."
Currículo rico
Em time que está ganhando, não se mexe. Esse é o lema de Juvenal Juvêncio, 66 anos, candidato da situação à presidência do São Paulo. O dirigente já ocupou o cargo entre 1988 e 1990 e, como diretor de futebol desde 2003, foi responsável pela montagem do elenco campeão da Libertadores e do Mundial em 2005. "Não há conquistas maiores do que as que alcançamos", prega. "O são-paulino sabe que, se houver mudança, será para pior."
Se for eleito, o futebol continuará a ser prioridade. "É a alma do clube. Sem futebol, não há razão para existirmos", opina. Por isso, promete manter o comando da equipe profissional com mãos de ferro. "Não quero ser presidente para ficar atrás de uma mesa e lidar com a burocracia do clube. Serei presidente ativo, para manter nosso elenco forte."
Advogado e conselheiro vitalício do clube, Juvenal pretende fazer ajustes na parte social, mas diz que os associados estão felizes. "Nosso patrimônio já é excelente", pondera. A exploração da marca do clube merecerá atenção. "Temos um grupo que faz excelente trabalho e conseguiu contratos ótimos, mas no Brasil o marketing esportivo ainda tem muito a melhorar."
Suor derramado
Vivência no futebol e dedicação ao clube não faltam ao advogado e empresário Marcelo Martines, candidato da oposição. "Só de conselho e diretoria são 40 anos", conta. “Nesse período, participei de praticamente todas as administrações.”
Martines, 72 anos, era dirigente na época do bicampeonato mundial, em 1992 e 1993, e pode afirmar que já suou a camisa pelo clube. “Na juventude, fui pugilista do São Paulo, disputei campeonatos, treinei com o Eder Jofre. Mas percebi que não era esporte para mim”, brinca.
Diretor de futebol, na década de 80, Martines foi responsável pela chegada de alguns dos maiores craques que já vestiram a camisa tricolor. “Contratei o Careca e o Müller, entre outros”, lembra. “Tenho experiência de sobra para fazer uma boa administração.”
O futebol continuará sendo o carro-chefe do clube, caso Martines vença a eleição presidencial. E, apesar dos três títulos conquistados pela equipe prifissional em 2005, Martines vê falhas na administração. “O São Paulo sempre teve força nas categorias menores e há muito tempo não revelamos ninguém”, observa. “É preciso reformular nossa base e aproveitar melhor os CTs que temos.”
Fonte:
O Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/305870/visualizar/
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