Organização criminosa

O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal, sob a acusação de comandar uma “sofisticada organização criminosa” no governo Lula. “Dirceu inegavelmente era a segunda pessoa mais poderosa do Estado brasileiro, estando abaixo apenas do Presidente da República.

Assim, a atuação voluntária e consciente do ex-ministro José Dirceu no esquema garantiu às instituições financeiras, empresas privadas e terceiros envolvidos que nada lhes aconteceria, como de fato não aconteceu até a eclosão do escândalo, e também que seriam beneficiados pelo Governo federal em assuntos de seu interesse econômico, como de fato aconteceu”, diz o inquérito do mensalão da Procuradoria-Geral da República.

Além de Dirceu, também são considerados culpados o ex-presidente do PT, José Genoino, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, e o ex-ministro Luiz Gushiken – que ainda possui cargo de confiança no governo petista. Em outras palavras, os amigos íntimos do presidente Lula e o seu Partido dos Trabalhadores são acusados de liderar o esquema do mensalão.

José Dirceu e seus companheiros queriam garantir que o PT permanecesse no poder. Como eles faziam isso? Pagando muito dinheiro a deputados e dirigentes partidários “para formar a base de sustentação do govermo federal” e com a utilização do caixa dois. Por isso, foram acusados de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato, lavagem de dinheiro e evasão divisas. Outras 35 pessoas também foram acusadas de participar do esquema.

Os dirigentes do Partido dos Trabalhadores se utilizavam da corrupção para garantir Lula no poder e engordar os cofres do partido. É por essas e outras que o PT tem tanto medo de investigação. Diante de tantas acusações e evidências, a pergunta que não quer calar: O presidente Lula não sabia de nada que se passava na sala ao lado do seu gabinete?

*Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, ex-secretário de Governo e de Coordenação do Estado (2004-2006) e ex-secretário de Segurança Pública (2003-2004). Foi prefeito de Campos (1989-1992/1997-1998), secretário de Agricultura, Abastecimento e Pesca (1993) e deputado estadual (1987-1988).