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Politica Brasil
Quarta - 12 de Abril de 2006 às 06:42
Por: Adriana Vandoni

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Na segunda-feira o governo do estado de Mato Grosso deu mais uma tacada em um seminário realizado em São Paulo para alertar influentes líderes empresariais do nosso país, como Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e Joelmir Betting, jornalista com grande influência sobre o setor empresarial. Serviu como um alerta sobre o que está ocorrendo com o agronegócio brasileiro para aqueles que estão distanciados da nossa situação. Uma medida que poderá trazer benefícios para economia da nossa região, e óbvio, ao país. Colocou a questão na mesa de discussão quando foi iniciada pelo secretário de desenvolvimento rural Cloves Vettorato.

Em parceria com a Fundação Getúlio Vargas os problemas do campo foram discutidos. A crise na agricultura foi relatada em detalhes. A intenção foi chamar a atenção e provar que o problema não só do nosso estado, muito menos é um problema particular do governador ou dos grandes produtores, que inclusive têm mais facilidades para se financiar, mas recai, sobretudo, nos médios e pequenos agricultores, que já enfrentam as maiores dificuldades.

A crise ameaça a economia do Brasil, afinal de contas o setor é responsável por 30% do PIB, além de ser a produção de alimentos, um setor estratégico para qualquer país. Este é um assunto que deve ser cobrado como pauta de discussões e apresentação de propostas de todos os pretensos candidatos à presidência. É por isso que o projeto de crescimento e desenvolvimento de Mato Grosso tem que ser politizado. O estado pode ser o redentor do Brasil, e o setor rural veio até agora livrando a cara de Lula de um vexame fenomenal, basta dizer que o PIB do Centro Oeste cresce a taxas maiores que as do Brasil.

Em um país onde a política econômica atrapalha quem trabalha, alguns pontos devem ser cobrados na pauta dos debates eleitorais, mas devem ser cobrados compromissos, antes que cheguemos ao fundo do poço. Pontos como investimento em infra-estrutura são importantíssimos. Ora, só em MT a produção agrícola aumentou 832% nos últimos vinte anos, e as estradas? A estrutura das estradas, com raras exceções, ou é a mesma de dez anos atrás, ou está pior, na sua maioria. É necessário que se faça um novo arranjo institucional, isso por que, desgraçadamente, alguém um dia resolveu dividir o campo entre agricultores familiares e o agronegócio, como se os problemas não fossem comuns. Divisões como essas são belas bandeiras eleitoreiras para esses pseudos preocupados sociais.

E tantos outros pontos que devem ser debatidos como a certificação de normas, seguro rural, além da taxa de juros, o grande vilão da vez.

Os problemas do agronegócio são inúmeros e não são novos, mas este governo do PT se superou e deve permanecer assim até as eleições. O pacote de socorro que foi anunciado por eles não passa de um analgésico eleitoral que vai servir apenas de discurso para Lula durante a campanha, que insistirá em dizer ao povo que o grande produtor rural é chorão e quer o “oco” do povo. É a cara de Lula! O governo deste errante presidente desarticulou o setor para transferir a renda para outro setor. Sim, o povo está comendo, como gostam de argumentar, mas em detrimento da produção agrícola. Quando chegar o momento em que a situação se torne irreversível, faltando alimentos, saberemos na carne o que significa a porca torcer o rabo. O produtor já não tem mais motivação para plantar?, e ai?

Lula está desmontando um setor em benefício de outro que lhe renderá mais votos. Porque isso? O economista Paulo Rabello não acredita que tenhamos chegado ao nível conspiratório e que isso seja apenas má gestão. Eu, particularmente, acredito que as ações do governo federal ultrapassam os limites da incompetência e beiram a má fé populista. Aliás, depois de tudo que ouvi, cheguei à conclusão que Lula é pior que a ferrugem asiática ou, como disse Joelmir Betting, o Brasil não é um país doente, é um país bêbado.

Resta-nos, nas próximas eleições, tirarmos a garrafa das mãos do inveterado.

Um dia foi pouco para debater os problemas e começar a discutir soluções, mas o assunto começou a ser colocado à mesa. Infelizmente até agora só nós sentimos o tranco. Deus queira que não seja tarde quando os grandes centros começarem a sentir o mesmo.





Fonte: A Gazeta

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