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Cultura
Terça - 11 de Abril de 2006 às 23:20

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Vermelho. Fogo. Larvas. Azul mesclando cinzas e rochas. Estes são os tons e o cenário que mais compõem as telas de Francisca Navarro, apesar da mesma nunca ter visto ao vivo e a cores um vulcão. Vídeos, fotos de revista, cenas de TV, segundo ela, fazem a experiência e a inspiração que se traduzem numa atração fatal sem precedentes nem razões. “Os vulcões, realmente, são a minha preferência, e não sei o porquê”, diz a artista, que está expondo sua arte na Multifeira Brasil Mostra Brasil, no Stand da BPW Cuiabá, até o dia 16.

Fato é que Francisca, como que num reverso de sua pessoa calma e serena, traz sempre para suas telas símbolos e fenômenos como raios, furacões, e o sol. E se sua pintura é abstrata, por outra, e pela intensidade, contradizem a ausência de um “corpo” se fazendo muito forte nas cores e nas formas. Ela diz que não quer impressionar com esta intensidade, “pois admirável é a visão destes fenômenos fantásticos: eu apenas pinto o que a mim também impressiona”.

As mesmas cores quentes – vermelho, alaranjado, azul cobalto, dourado – estão em suas pinturas sobre papel. Mas, nestas telas Francisca vai além: fotos e imagens do cotidiano e até mesmo de velhas estruturas cuiabanas – como o antigo Mercado ou a ponte do Coxipó - recortadas de revistas e jornais, são sobrepostas com uma multimistura de tinta spray, resultando em “uma espécie de aquarela moderna, onde o princípio de tinta sobre papel é o mesmo, mas tendo como recurso um novo tipo de técnica e tinta – de spray, muito usado em vitrines”, delineia a artista.

Inovação Constante – Francisca está sempre em busca de diferentes inspirações e materiais. Neste movimento, ela traz para seus antigos fãs e novos olhares, uma outra alternativa: objetos feitos de material reciclado. “É o luxo do lixo”, define. Não só os usuais itens como caixas de sabonete, caixas de sapato e folhas de jornal servem à sua arte, mas lentes de óculos viram luminárias, brincos e colares; cartões de telefone se transformam em cintos, cortinas, e até uma bolsa que já está no Japão; cano de PVC e coador de café de papel, sem dúvida, podem ser uma abajur clean; um disco de vinil e um CD colados viram relógio de parede muito moderno; a velha saladeira ganha uma camada de tinta, suporte e se torna uma luminária retrô. Assim é Francisca: sempre em movimento. “A verdade é que estou sempre em busca de novas artes e releituras”.

Na Brasil Mostra Brasil, Stand BPW, estão também obras dos artistas Télio Fernandes, Gil Borba, Marlene Kirschesk e Heleninha Botelho. Francisca Navarro também está entre os 16 artistas da exposição Retratos Cuiabanos, no Goiabeiras Shopping, até o dia 16, das 10h às 22h, no Espaço Cultural.





Fonte: 24HorasNews

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