Após deflação, preços do varejo de SP sobem
A reação em março, ainda que considerada pouco expressiva pelos assessores econômicos da Fecomercio, foi impulsionada, como ocorreu com outros índices de inflação, pelo grupo de Combustíveis e Lubrificantes, que registrou aumento de 4,71% em comparação ao mês anterior.
"Trata-se da maior alta desde outubro de 2005, quando os preços praticados pelo segmento apuraram avanço de 4,19%", compararam os técnicos da instituição na nota. Eles acrescentaram que o acréscimo na demanda por álcool - em virtude do crescimento no número de carros bicombustíveis e da elevação nos preços da gasolina - juntamente da entressafra da cana-de-açúcar foram os fatores que contribuíram para o quarto aumento consecutivo de preços neste segmento.
Também em março, de acordo com eles, outro grupo que registrou alta de preços foi o Feiras, com 0,61% ante ao mês anterior, com destaques para Verduras, com alta de 6,13%; e Legumes, com avanço de 1,06%. "Isso ocorreu em razão das chuvas abundantes, que prejudicam alguns produtos in natura", avaliaram.
Também apontaram elevação os segmentos de Óticas, com aumento de 2,12%; Móveis e Decorações, que ficaram 1% mais caros; Floriculturas, com valorização de 0,98%; CDs, com 0,46%; e Drogarias e Perfumarias, com 0,49%.
Gripe aviária
"Apesar de a crise da gripe aviária não afetar diretamente a avicultura brasileira, o receio com relação à contaminação provocou redução nas exportações e, conseqüentemente, excesso de oferta do produto no mercado", salientaram os assessores.
De acordo com a nota, tais fatores influenciaram a queda de preços no grupo de Açougues, que, pela segunda vez consecutiva, apresentou maior retração dentre todos os segmentos pesquisados pelo IPV, 3,26% ante ao resultado de fevereiro, que tinha sido de 3,33%. Com isso, o setor acumula deflação no ano de 10,30%.
Entre os grupos de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos, ocorreram reduções de 2,12% e 0,36%, respectivamente. A desvalorização do dólar afetou os insumos cotados pela moeda norte-americana na sua cadeia produtiva e o aumento da escala de produção e o surgimento de novas tecnologias no setor contribuíram para este resultado.
Supermercados O segmento de Supermercados, cuja queda em março foi de 0,49%, aponta redução nos preços de alguns produtos alimentícios como carnes suínas, com queda de 2,17%; aves, com retração de 8,09%; alimentos prontos, com queda de 3,19%; e ovos, que ficaram 2,50% mais baratos.
No entanto, alguns produtos in natura já demonstram sinais de alta para os próximos períodos, devido à entressafra e excesso de chuvas, como já ocorreu com as verduras, que tiveram aumento de 8,72%.
Outros grupos que apresentaram retração nos preços em março foram Material de Construção, com queda de 0,43%; Vestuário, Tecidos e Calçados, com retração de 0,13%; Veículos, com - 0,07%; e Livraria, com deflação de 0,05%.
Próximos meses "É provável que o IPV não registre grandes alterações para os próximos meses, uma vez que a antecipação da safra de cana-de-açúcar tentará conter o preço do álcool", disse, por meio de nota, o presidente da instituição, Abram Szajman.
De acordo com ele, a aproximação do período de chuvas mais esparsas, também poderá favorecer os preços de alguns produtos in natura. "Por outro lado, é válido notar que os reajustes nos medicamentos, a partir de 31 de março, mostrarão seu impacto nos preços nas próximas medições do índice", acrescentou.
O IPV é apurado mensalmente pela Fecomercio, desde 1992, com cerca de 2 mil estabelecimentos comerciais no município de São Paulo, contemplando 21 segmentos varejistas e 450 sub itens pesquisados. A pesquisa conta com uma amostra mensal de aproximadamente 105 mil tomadas de preços.
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