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Politica Brasil
Sexta - 07 de Abril de 2006 às 20:35

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A situação econômica da Itália, depois de cinco anos de governo de Silvio Berlusconi, resulta extremamente delicada, com um crescimento praticamente nulo, uma dívida pública disparada e um déficit que o Executivo não consegue dominar. "Os recentes sinais de reativação não causaram uma recuperação do crescimento da Itália, não só em relação às regiões do mundo mais dinâmicas mas também com relação aos países da zona euro", sustenta o mais recente relatório econômico divulgado pelo Banco da Itália. O quadro é sombrio: o crescimento foi nulo em 2005 e os investimentos baixaram 0,6%. As contas públicas estão no vermelho. O crescimento para 2006 deveria ser de 1,3%, num país no qual o déficit público representa 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em vez dos 3,1% previstos, anunciou o ministério de Economia. A penosa situação econômica da Itália, a qual a prestigiada revista inglesa The Economist qualifica como o país "enfermo" da Europa, terá que ser abordada pelo próximo governo, seja qual for a sua cor. "Os problemas da Itália têm raízes profundas e é preciso começar a resolvê-los", sustentam observadores internacionais.

A perda da competitividade diminuiu em 10 anos, passando de 4,6% a 2,7% das exportações no mundo. "A situação das exportações italianas se resume assim: maus produtos para maus compradores", é a conclusão da análise efetuada por um grupo de economistas do banco suíço UBS. A Itália vende a países como a Alemanha os mesmos produtos, embora mais caros, negociados pela China.

Tudo parece indicar que a Itália não reagiu à globalização nem entendeu que seu modelo de economia deve mudar para seguir fazendo parte das oito maiores economias do planeta. Os empresários querem a privatização dos serviços públicos, a abertura dos mercados regulamentados, fundos para a pesquisa e a redução do custo do trabalho. "Pouca visão empresarial e muito provincialismo" encontraram os empresários nos programas eleitorais das coalizões de centro-direita e de centro-esquerda. Os dois campos prometeram reduzir os custos trabalhistas.

A centro-esquerda prometeu uma redução de 5% no primeiro ano, mas não especificou os meios com os quais pensa financiar a medida. A dívida pública voltou a disparar nos últimos 10 anos. Dos 121,5% do PIB em 1995, o país passou a 103,4% em 2004, mas aumentou novamente depois, indo para 106,4%. As promessas fiscais de cortes feitas pelas duas partes não serão fáceis de cumprir a curto prazo.

O melhor resultado alcançado durante o governo conservador de Berlusconi, cuja atuação decepcionou os empresários que sonhavam com que se comportasse como uma Margaret Tatcher, foi a redução do desemprego, que passou de 9,2 a 7,7% durante seu mandato.





Fonte: AFP

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