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Politica Brasil
Sexta - 07 de Abril de 2006 às 19:35

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O novo ministro da Cultura palestino colocou no topo de sua agenda o combate à pornografia e à dança do ventre. Atallah Abu Al-Subbah, um importante membro do grupo militante islâmico Hamas, disse que a dança do ventre era "uma forma de strip-tease".

"Não vejo pornografia e strip-tease como formas de cultura. Eles são destrutivos", disse Abu Al-Subbah à Reuters em uma entrevista na noite de quinta-feira.

O Hamas venceu as eleições parlamentares em janeiro e assumiu o poder na semana passada.

Abu Al-Subbah não disse como pretendia proibir a dança do ventre, que costumava ser apresentada em público em Gaza antes do início de um levante palestino contra Israel, em 2000.

Depois que os palestinos assumiram o controle da fronteira de Rafah com o Egito, no fim do ano passado, há a esperança de que dançarinas egípcias e árabes e cantores retomem as apresentações em Gaza, principalmente nos meses do verão.

Abu Al-Subbah culpou Israel pela disseminação de filmes pornográficos em Gaza e na Cisjordânia. Ele prometeu combater o vício incentivando a "cultura da resistência" e os valores islâmicos.

"Israel espalha filmes pornográficos entre nosso povo como um modo de recrutá-los", disse o ministro.

Israel diz que recruta palestinos como informantes, mas diz que usa para isso dinheiro ou favores burocráticos. O Estado judeu diz que o propósito do recrutamento é evitar os ataques de militantes.

Abu Al-Subbah disse que adolescentes palestinos trocavam entre si filmes pornográficos pirateados, comprados a preço baixo.

"Há mãos sujas por trás disso. Eles buscam destruir esse povo, Israel e seus colaboradores", disse o ministro.

Abu Al-Subbah também disse que nem tudo que passava nas emissoras de televisão palestinas o agradava. "Teremos um diálogo no ministério aqui e com o nosso pessoal para entrar em acordo sobre o que está proibido. Deveria haver políticas claras e uma legislação clara", disse.

Ele afirmou que a cultura islâmica não estava limitada à religião, que estava aberta a outras civilizações e permitia livre expressão.

O ministro disse que não forçaria suas funcionárias a usarem o véu, mas acrescentou que tentaria persuadi-las a fazer isso. Várias funcionárias de seu gabinete usavam maquiagem e jeans justos, e não cobriam suas cabeças.

"Eu falo com elas, mas nunca vamos pensar em governar nosso povo com a espada", disse.

Abu Al-Subbah já passou uma temporada nas prisões israelenses e foi preso por sua afiliação ao Hamas por um governo palestino durante um ataque a militantes islâmicos em 1996.

Ele renovou uma oferta feita pelo Hamas de uma trégua de longo prazo se Israel retirar totalmente suas tropas das terras invadidas na guerra de 1967. Israel descartou a oferta e se nega a negociar com o Hamas, que já jurou destruir o Estado judeu.





Fonte: Reuters

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