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Politica Brasil
Sexta - 07 de Abril de 2006 às 15:37

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O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) acusou ontem o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Mato Grosso de maquiar os números de assentados no Estado. Em protesto contra a situação, cerca de 300 sem-terra mantêm invadido desde segunda-feira o prédio do Incra em Cuiabá (MT).

José Vieira --um dos coordenadores do movimento em Mato Grosso-- reclama que o Incra considera ter assentado 237 famílias do MST em quatro áreas rurais ainda não demarcadas.

Para o líder do MST, as famílias não estão realmente assentadas porque --embora dentro da área desapropriada pelo Incra-- não conseguem plantar ou criar gado. Não houve divisão de lotes, abertura de estradas e construção de casas. "No máximo, dá para fazer uma rocinha do lado [do barraco]", afirmou Vieira.

O número de 237 famílias está incluído entre as 572 famílias ligadas ao MST que o Incra informa ter assentado em Mato Grosso durante o ano passado.

Leonel Wohlfahrt, superintendente do Incra no Estado, disse não haver maquiagem no número de beneficiados com terra e que o órgão está elaborando com as 237 famílias um plano de desenvolvimento dos assentamentos.

"O Incra está com uma equipe trabalhando com eles. A partir desse plano, a gente divide a área. Não tem como levar estrada ou casa, sem o plano elaborado", afirmou Wohlfahrt.

Conforme o superintendente, a invasão no prédio do Incra tem como motivo principal os processos de desapropriação de 42 fazendas reivindicadas pelo MST em Mato Grosso. Segundo Wohlfahrt, dez áreas devem ser desapropriadas em breve.

Em Mato Grosso, o MST diz ter 3.500 famílias acampadas às margens de rodovias. "Algumas vivem assim há cinco anos", afirmou Vieira. Na semana passada, cerca de 1.500 sem-terra ligados ao movimento invadiram três fazendas.

A coordenação do MST informou ainda que não há prazo para os sem-terra deixarem o prédio do Incra. Por causa da invasão, o órgão está sem funcionar desde segunda-feira.





Fonte: Folha Online

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