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Politica Brasil
Sexta - 07 de Abril de 2006 às 08:39

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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), admitiu ontem que realizou alterações de última hora no texto final da comissão atendendo a pedido de políticos. Pouco antes de o relatório ser aprovado, Serraglio apresentou 35 mudanças, as quais incluem a retirada de pedidos de indiciamento conta pelo menos uma dezena de pessoas envolvidas em denúncias de irregularidades em franquias dos Correios. Parlamentares do PT afirmam que negócios de aproximadamente R$ 1 bilhão ficaram sem ser investigação e afirmam que vão apresentar outro relatório, a ser enviado ao Ministério Público junto do texto original na próxima segunda-feira.

Segundo a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), a omissão de irregularidades do Correio Aéreo, em franquias da estatal e no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) poderia impedir a continuação das investigações na Polícia Federal. "São casos que provocaram prejuízos de pelo menos R$ 1 bilhão aos cofres públicos", disse Ideli.

Apesar de admitir as alterações - o relator confirmou, a pedido do PFL, as supressões dos nomes de Armando Ferreira da Cunha e o do ex-deputado João Leite Neto, ligados às franquias -, Serraglio reagiu negando a existência da cifra de R$ 1 bilhão e garantiu que "nada foi encoberto". O texto de Serraglio pedirá o indiciamento de cerca de 100 pessoas por envolvimento no suposto esquema do "mensalão".

Além desses franquados, Serraglio ainda sacou os nomes do ex-governador de Minas Gerais Clésio Andrade (PFL), a pedido do PT, segundo o relator, e do ex-presidente do Banco do Brasil Cássio Casseb, alegando que o crime estava prescrito. Atendendo a pressões do PT, incluiu o banqueiro Daniel Dantas e outros dirigentes do Opportunity no texto.

O relator ainda afirmou que o relatório "paralelo" montado pelo PT - e rejeitado na votação do texto pela oposição na última quarta-feira - poupava de qualquer investigação o fundo de pensão da Companhia Estadual de Água e Abastecimento (Cedae) do Rio - a Prece.

"Nós não escondemos a Prece no nosso relatório. Era um dos fundos mais comprometidos em irregularidades e eles o excluíram do relatório paralelo", alfinetou Serraglio, sugerindo que o R$ 1 bilhão mencionado por petistas deve estar relacionado às supostas irregularidades na Prece.

Osmar Serraglio, no entanto, não quis informar qual representante do PFL solicitou a retirada dos nomes de Ferreira da Cunha e João Leite Neto, ligados à franquia Tamboré dos Correios. De acordo com o deputado, a mudança visou a evitar uma "visão concentrada" em cima de uma única franquia, e agiu para que a mesma fosse tratada de forma "equânime".

Lista sigilosa com mais nomes A polêmica passa também e pelo envio de uma lista sigilosa, ao Ministério Público Federal (MPF), de assessores parlamentares que também fizeram saques das contas do publicitário Marcos Valério - considerado operador do "mensalão". A relação teria algo entre 50 e 60 nomes.

O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), também se pronunciou sobre a polêmica. O senador afirmou que seguiu o regimento interno na votação e acusou os colegas de partido de tentar fazer com que a CPI acabasse sem relatório final.





Fonte: terra

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