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Meio Ambiente
Quinta - 06 de Abril de 2006 às 13:45
Por: Gilmar da Silva

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O excessivo volume de chuvas registrado nos últimos dias e aliado á crise do agronegócio, que vem se arrastando ao longo dos últimos meses em todo o Estado de Mato Grosso, muito da própria instabilidade do clima, da questão custo-produção e da variação cambial (dólar/real); o prefeito de Campo Novo do Parecis, Sergio Costa Beber Stefanelo (PPS), decretou na manhã dessa quarta-feira (05), através do Decreto Executivo nº 023 de 05/04/2006 em todo o município o estado de “Situação de Emergência”.

O decreto deverá vigorar pelo período de seis (06) meses a contar da data de sua expedição, porém, para que o mesmo tenha valor, deverá ser homologado pela Secretaria de Defesa Civil (Sedec). Todo o processo documental técnico e as provas necessárias já foram encaminhados visando receber o parecer sobre o pedido. Até o momento dezenas de municípios já encaminharam solicitação semelhante ao referido órgão, mas, somente alguns foram atendidos.

Em seu anexo descritivo dos fatos, a Prefeitura colocou a situação como de emergência em virtude de desastre provocado pelas chuvas ocorridas entre os dias 30 de março e 03 de abril do corrente ano. Segundo o argumento, houve grande incidência pluviométrica, o que causou o encharcamento das áreas cultivadas com soja, consequentemente, gerando o apodrecimento dos grãos, o que ocasionou a perca de cerca de quarenta e cinco mil hectares de lavouras da cultura, conforme Notificação Preliminar de Desastre, do Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec).

Outro fato agravante foi á inundação do bairro Jardim das Palmeiras, quando mais de cento e vinte e uma casas foram invadidas pelas chuvas (vide matéria e fotos neste site). Só no período acima descrito foram registrados mais de duzentos e cinqüenta milímetros de chuva, o que foi digamos, a gota d’água ou pior, o mar de águas, para que o Executivo tomasse a referida medida, declarando situação anormal, caracterizada como situação de emergência a área do Município.

Campo Novo têm sofrido muito essa questão da instabilidade climática. No período de 18 de dezembro de 2005 a 12 de janeiro de 2006 foram registradas chuvas freqüentes, sendo em alguns lugares, inclusive, diárias; dificultando o tratamento e o controle da ferrugem asiática em lavouras de soja. A doença pode ser considerada como explosiva quando encontra clima propício para o seu desenvolvimento, situação essa observada no ambiente daquela época. Já no período seguinte, ou seja, até 07 de fevereiro houve uma fase de ausência pluviométrica e logo após, novamente de chuva no período seguinte até o momento.

Dentre os problemas surgidos em decorrência das chuvas em alguns períodos destaca-se a dificuldade de escoamento da produção, principalmente no trecho entre Campo Novo e Sapezal, o que exigiu até mesmo apoio policial a fim de coibir o trânsito no referido trecho, que também é usado para o escoamento de grãos através do porto de Itacotiara, no estado de Rondônia, sem contar com a dificuldade de translado entre as duas cidades e dessas para outras.

Em termos de números, se prevê que o município registre uma quebra de safra na ordem de duzentos e vinte mil sacas de soja, uma média de dez sacas por hectare, o que representa 62,8 milhões de reais a menos só na agricultura e outros 57,3 milhões de reais no comércio, durante a safra 2005/06. A incidência dessa queda no Produto Interno Bruto (PIB) do município deve ficar em torno de 17,89%. De acordo com informações repassadas pela Associação Comercial e Industrial (Acic) para a Prefeitura, o comércio registrou uma queda de 45% nas vendas. Já a devolução de cheques cresceu 25%, enquanto que o número de inclusões no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) foi de 35%, todos comparados ao mesmo período do ano passado.





Fonte: Campo Novo News

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