Estudantes com pouco rendimento escolar podem sofrer de baixa visão

Profissionais da Educação irão detectar em sala de aula crianças com deficiência visual. Com esse objetivo, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES), em parceria com o Conselho Internacional para Atendimento a Pessoa Cega, iniciou hoje (05.04) o curso “Baixa Visão: Aspectos Médicos e Educacionais”. O encontro foi aberto pela secretária de Estado de Educação, Ana Carla Muniz, e pelo secretário-adjunto de Estado de Saúde, Antônio Augusto de Carvalho.

Cerca de 30 professores de Cuiabá, Várzea Grande e de outros Estados do Centro-Oeste participam do curso, que acontece no auditório da Escola de Saúde Pública até a próxima sexta-feira (07). Com a parceria, as duas Secretarias pretendem dar condições mínimas para que esses profissionais possam fazer um diagnóstico prévio da deficiência no aluno e encaminhá-lo para o Centro de Excelência em Baixa Visão, que está sendo implantado pelo Governo do Estado.

“Muitas crianças são rotuladas de 'lerdas'. Mas ela pode ter algum problema de visão, o que chamamos de 'baixa visão', que pode ser facilmente revertida com pequenas cirurgias ou uso de óculos”, explicou o coordenador do Instituto da Visão do Hospital das Clinicas, de São Paulo, Marcos Wilsom Sampaio.

O oftamologista Marcos Wilsom iniciou hoje o ciclo de palestras, que fazem parte da programação do curso, proferidas por profissionais especializados na área. Entre os palestrantes está a Maria Aparecida Haddad, da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual (Laramara) e Maria Elizabete Gaspareto, da Universidade de Campinas (Unicamp).

A pedagoga Rita de Cássia Xavier, veio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para adquirir novos conhecimentos, que serão aplicados na implementação de um Centro de Visão. “O Governo do Estado de Campo Grande também irá implementar o Centro e queremos levar as experiências realizadas em Mato Grosso”, revelou.

Para a professora Maria de Lourdes Theodoro, da Escola Estadual de Educação Especial “Luz do Saber”, em Várzea Grande, o encontro tem uma função bem maior do que a qualificação do profissional. “A partir de agora poderemos auxiliar, além dos colegas, os pais que não sabem como agir diante das dificuldades enfrentadas pelos filhos”.

De Igual para Igual

De acordo com a secretária Ana Carla os professores de Mato Grosso, que participam da qualificação, serão multiplicadores das informações para atendimento aos mais de 600 Portadores de Necessidades Educacionais Especiais (PNEE) que estudam em escolas estaduais.

“O Governo tem buscado respeitar as diferenças e valorizar os servidores. Essa ação é uma prova disso. Os profissionais terão mais elementos para fazer um atendimento eficiente aos alunos que precisam”, disse a secretária de Educação.

Ana Carla ainda destacou que o curso faz parte do planejamento estratégico da Seduc: Escola Atrativa, por meio do projeto de Igual para Igual. “Esse projeto visa incluir os alunos PNEE na rede regular, para tanto, estamos adaptando todas as escolas estaduais”. No de Igual para Igual o Governo do Estado já investiu mais de R$ 9 milhões, dos quais boa parte foi destinado a convênios com Apae, Pestallozzi e instituições filantrópicas.