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Pontes não terá lugar garantido ao voltar, diz Nasa
LONDRES - O astronauta brasileiro Marcos Pontes não tem um lugar garantido no Centro Espacial Johnson, da Nasa, em Houston, quando voltar da missão à Estação Espacial Internacional.
"Ainda não está decidido se ele volta para o centro. Para falar a verdade, praticamente não discutimos isso desde 2004", afirmou o diretor da Divisão de Ciência do Escritório de Relações Externas da Nasa em Washington, Peter Ahlf.
Ele diz que a cooperação entre a Nasa e a Agência Espacial Brasileira (AEB) está parada praticamente desde 2004. "Precisamos retomar as conversas. Mas do nosso ponto de vista, o novo nível de financiamento para o projeto muito provavelmente não inclui uma oportunidade de vôo para um astronauta brasileiro", afirmou Ahlf em entrevista à BBC Brasil.
A permanência do Brasil no consórcio vai depender do volume de recurso que o país estiver disposto a desembolsar, na avaliação do responsável pela América Latina no Escritório de Relações Externas da Nasa, Michael Moore.
Isso quer dizer que, ao não cumprir com o acordo firmado em 1997 que previa a entrega de seis equipamentos para a Estação Espacial Internacional, o Brasil perdeu o direito de enviar um astronauta para o espaço no convênio com a Nasa.
Regresso a Houston Em entrevistas, Pontes disse que pretendia voltar para Houston e que poderia participar dos vôos da Nasa a partir de 2009.
Segundo Ahlf, o treinamento recebido pelo brasileiro em Houston foi útil para que ele se qualificasse para o vôo a bordo da nave russa. "Estamos felizes que Pontes tenha tido a oportunidade de voar neste acordo comercial com a agência russa. Achamos que é uma coisa positiva tanto para a agência brasileira quanto para a cooperação geral no espaço", afirmou Ahlf.
A redução da participação brasileira na Estação Espacial Internacional começou a ser negociada no início do governo Lula, mas as conversas ficaram paradas a partir de fevereiro de 2003 - período em que se deu o acidente do ônibus espacial Columbia, que colocou em compasso de espera todo o programa de vôos para a estação, ainda em construção.
O Brasil ainda é considerado pela Nasa como integrante do projeto, segundo Ahlf. Mas ele ressalta que apesar de ter investido no desenvolvimento inicial dos equipamentos que deveria apresentar, o Brasil não chegou a fornecer nenhum equipamento para a estação.
Acordo O acordo foi firmado em 1997, pelos ex-presidentes Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso. Naquele época, o Brasil se comprometeu a fornecer uma série de equipamentos para a Estação Espacial Internacional.
Em troca, o Brasil ganharia o direito de treinar um astronauta no Centro Johnson, que depois iria para o espaço em um ônibus espacial americano. Pelo acordo, o Brasil poderia ainda fazer uso da estação para pesquisa.
Os equipamentos foram orçados na época pelo governo brasileiro em US$ 120 milhões. Das seis peças previstas no acordo, as duas mais importantes, de acordo com Peter Ahlf, são o palete expresso para experimentos na estação espacial, um equipamento que seria utilizado dentro e fora da estação, e o contêiner despressurizado para logística.
Os equipamentos nunca chegaram a ser entregues. "Trabalhamos com o governo brasileiro por alguns anos e sei que eles investiram recursos no desenho dessas peças, mas chegamos a um ponto, em agosto de 2002, que parecia que eles não iriam conseguir entregar o equipamento", afirmou Ahlf.
No início do governo Lula, em 2003, as duas agências começaram a conversar sobre a redução da participação brasileira, para acomodar o corte de orçamento da Agência Espacial Brasileira. "Começamos a conversar sobre um acordo diferente, reduzido, mas não completamos nada."
Foco Depois do acidente com o ônibus espacial Columbia, em fevereiro de 2003, o foco da Nasa mudou. "Francamente, isso não é uma prioridade para nós. Por esse motivo, não completamos um novo acordo. E também nós não tivemos muita pressão do governo brasileiro para retomar essas discussões", afirmou Ahlf.
Segundo ele, a prioridade da Nasa passou a ser os procedimentos que pudessem garantir que os ônibus voassem com segurança e a manutenção da Estação Espacial Internacional em órbita, mesmo sem os vôos. Enquanto isso, as viagens ficaram paradas, e só foram retomadas no ano passado.
Ahlf diz que a Nasa continua interessada nos equipamentos brasileiros, mas que se a Agência Espacial Brasileira não for capaz de fornecê-los, a agência americana vai buscar outras alternativas. "Se retomarmos as conversas com o governo, tenho certeza que vamos encontrar uma maneira para que eles sejam úteis", afirmou.
O diretor da Nasa lembra que as agências americana e brasileira têm outros acordos de cooperação, que continuam em andamento, como um para a análise do clima na Amazônia.
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"Ainda não está decidido se ele volta para o centro. Para falar a verdade, praticamente não discutimos isso desde 2004", afirmou o diretor da Divisão de Ciência do Escritório de Relações Externas da Nasa em Washington, Peter Ahlf.
Ele diz que a cooperação entre a Nasa e a Agência Espacial Brasileira (AEB) está parada praticamente desde 2004. "Precisamos retomar as conversas. Mas do nosso ponto de vista, o novo nível de financiamento para o projeto muito provavelmente não inclui uma oportunidade de vôo para um astronauta brasileiro", afirmou Ahlf em entrevista à BBC Brasil.
A permanência do Brasil no consórcio vai depender do volume de recurso que o país estiver disposto a desembolsar, na avaliação do responsável pela América Latina no Escritório de Relações Externas da Nasa, Michael Moore.
Isso quer dizer que, ao não cumprir com o acordo firmado em 1997 que previa a entrega de seis equipamentos para a Estação Espacial Internacional, o Brasil perdeu o direito de enviar um astronauta para o espaço no convênio com a Nasa.
Regresso a Houston Em entrevistas, Pontes disse que pretendia voltar para Houston e que poderia participar dos vôos da Nasa a partir de 2009.
Segundo Ahlf, o treinamento recebido pelo brasileiro em Houston foi útil para que ele se qualificasse para o vôo a bordo da nave russa. "Estamos felizes que Pontes tenha tido a oportunidade de voar neste acordo comercial com a agência russa. Achamos que é uma coisa positiva tanto para a agência brasileira quanto para a cooperação geral no espaço", afirmou Ahlf.
A redução da participação brasileira na Estação Espacial Internacional começou a ser negociada no início do governo Lula, mas as conversas ficaram paradas a partir de fevereiro de 2003 - período em que se deu o acidente do ônibus espacial Columbia, que colocou em compasso de espera todo o programa de vôos para a estação, ainda em construção.
O Brasil ainda é considerado pela Nasa como integrante do projeto, segundo Ahlf. Mas ele ressalta que apesar de ter investido no desenvolvimento inicial dos equipamentos que deveria apresentar, o Brasil não chegou a fornecer nenhum equipamento para a estação.
Acordo O acordo foi firmado em 1997, pelos ex-presidentes Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso. Naquele época, o Brasil se comprometeu a fornecer uma série de equipamentos para a Estação Espacial Internacional.
Em troca, o Brasil ganharia o direito de treinar um astronauta no Centro Johnson, que depois iria para o espaço em um ônibus espacial americano. Pelo acordo, o Brasil poderia ainda fazer uso da estação para pesquisa.
Os equipamentos foram orçados na época pelo governo brasileiro em US$ 120 milhões. Das seis peças previstas no acordo, as duas mais importantes, de acordo com Peter Ahlf, são o palete expresso para experimentos na estação espacial, um equipamento que seria utilizado dentro e fora da estação, e o contêiner despressurizado para logística.
Os equipamentos nunca chegaram a ser entregues. "Trabalhamos com o governo brasileiro por alguns anos e sei que eles investiram recursos no desenho dessas peças, mas chegamos a um ponto, em agosto de 2002, que parecia que eles não iriam conseguir entregar o equipamento", afirmou Ahlf.
No início do governo Lula, em 2003, as duas agências começaram a conversar sobre a redução da participação brasileira, para acomodar o corte de orçamento da Agência Espacial Brasileira. "Começamos a conversar sobre um acordo diferente, reduzido, mas não completamos nada."
Foco Depois do acidente com o ônibus espacial Columbia, em fevereiro de 2003, o foco da Nasa mudou. "Francamente, isso não é uma prioridade para nós. Por esse motivo, não completamos um novo acordo. E também nós não tivemos muita pressão do governo brasileiro para retomar essas discussões", afirmou Ahlf.
Segundo ele, a prioridade da Nasa passou a ser os procedimentos que pudessem garantir que os ônibus voassem com segurança e a manutenção da Estação Espacial Internacional em órbita, mesmo sem os vôos. Enquanto isso, as viagens ficaram paradas, e só foram retomadas no ano passado.
Ahlf diz que a Nasa continua interessada nos equipamentos brasileiros, mas que se a Agência Espacial Brasileira não for capaz de fornecê-los, a agência americana vai buscar outras alternativas. "Se retomarmos as conversas com o governo, tenho certeza que vamos encontrar uma maneira para que eles sejam úteis", afirmou.
O diretor da Nasa lembra que as agências americana e brasileira têm outros acordos de cooperação, que continuam em andamento, como um para a análise do clima na Amazônia.
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Fonte:
BBC Brasil
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