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Politica Brasil
Terça - 04 de Abril de 2006 às 23:05
Por: Carmen Munari

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Em discurso durante feira da construção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou a oposição nesta terça-feira de se utilizar das eleições para impedir a votação de projetos importantes para o governo como o Orçamento da União e a lei das micro e pequenas empresas. Ele afirmou ainda que não escolheu um "mandrake" para comandar a economia, referindo-se à recente indicação de Guido Mantega para a pasta da Fazenda.

"As pessoas podem brigar, as pessoas podem falar mal do governo. Não tem problema, mas vote, vamos fazer a lição de casa e depois fazer a política do xingamento, não tem nenhum problema. Todos nós estamos habituados a isso. O que não pode é as coisas importantes não serem votadas", disse Lula na cerimônia de abertura da Semana Internacional da Construção e Iluminação realizada no Parque Anhembi.

Antes, foi específico sobre o principal projeto que quer ver aprovado. "Por que não votaram o Orçamento ainda? Porque não querem dar dinheiro para o governo gastar, porque é ano eleitoral", disse Lula.

Lula disse esperar que a votação do Orçamento, que deveria ter ocorrido no final de dezembro, seja realizada nesta semana.

A Comissão Mista do Orçamento já aprovou a proposta orçamentária e a última barreira é a apreciação pelo plenário do Congresso.

"Não estão prejudicando o governo. Estão prejudicando o país, a sociedade brasileira", afirmou.

O presidente declarou que, se o Orçamento já tivesse sido aprovado, o governo teria investido mais 4,3 bilhões de reais na área da educação.

O discurso foi feito na presença de empresários da construção civil, além do prefeito Gilberto Kassab (PFL) e de ministros.

ANDAR PARA TRÁS

Lula também recomendou que a economia não seja contaminada pelo processo eleitoral.

"Eu só quero pedir uma coisa para vocês: é um ano eleitoral e, por incrível que pareça, no Brasil, em ano eleitoral, ao invés de as coisas andarem para a frente, as coisas andam para trás, porque durante seis meses você não pode fazer muita coisa", lamentou.

E continuou: "Nós não podemos permitir que qualquer que seja a temperatura do processo eleitoral, que sempre é quente, que isso mexa ou crie qualquer embaraço na economia brasileira." Sem mencionar uma única vez em meia hora de discurso a crise política e o escândalo que derrubou Antonio Palocci da pasta da Fazenda, Lula reafirmou que seu governo não fará mágica.

"Nós optamos por não fazer mágica na economia, nós optamos por não colocar um ''mandrake'' para dirigir a economia brasileira, nós colocamos alguém que pensasse este país para os próximos 15 ou 20 anos", disse o presidente.

Ele usou boa parte de sua fala para comentar dados econômicos positivos da economia, como o desempenho da balança comercial, que bate seguidos recordes; o crescimento da produção industrial, que disse ter sido de 4,2 por cento no primeiro bimestre sobre o mesmo período de 2005; e o nível de emprego que experimentou o melhor fevereiro desde o mesmo mês de 1992.

ainda que para reduzir a informalidade o setor produtivo depende da aprovação da reforma sindical, que aguarda votação no Congresso, e a alteração da legislação trabalhista.





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