Acordo deste sábado prevê a redução das emissões globais de mercúrio. ONU diz que exposição ao mercúrio ameaça saúde de mais de 10 milhões.
Convenção sobre o mercúrio é adotada por mais de 140 países
Depois de uma semana de difíceis negociações, a convenção sobre o mercúrio foi adotada no sábado (19) por mais de 140 países, anunciou o ministério suíço das Relações Exteriores. O acordo prevê a redução das emissões globais de mercúrio, uma substância altamente tóxica para a saúde humana e para o meio ambiente.
A nova convenção tem como objetivo reduzir a utilização de mercúrio, especialmente na fabricação de produtos e em processos industriais. A conferência também aborda a questão do tratamento e armazenagem dos resíduos. Ficará aberta à assinatura dos Estados até outubro de 2013 em Minamata, no Japão, em homenagem aos habitantes da cidade que por décadas sofreram com a contaminação por mercúrio.
O mercúrio é um metal pesado, cuja exposição excessiva afeta o sistema imunológico e pode levar a outros problemas de saúde, como distúrbios psicológicos e digestivos, problemas cardiovasculares e respiratórios.
A Suíça, que com a Noruega iniciou há dez anos o processo de negociações sobre o mercúrio, acredita que esta adoção “mostra a vitalidade da política ambiental internacional e a vontade dos Estados de oferecer soluções para problemáticas globais”, considerou Franz Perrez, chefe da delegação suíça em Genebra.
Trabalhadores de garimpos são expostos à mercúrio (Foto: Divulgação/UNEP-ONU/arlgold.com )
Em um estudo apresentado na véspera da Conferência de Genebra, entre os dias 13 e 19 de janeiro, o Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) forneceu números sobre a presença do mercúrio em lagos e rios.
Nos últimos cem anos, a quantidade de mercúrio presente nos primeiros 100 metros de profundidade dos oceanos, e das emissões ligada à atividade humana, quase que dobrou. As concentrações em águas profundas aumentaram em 25%, diz o estudo, lembrando os riscos da contaminação dos peixes para o consumo humano.
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