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Cultura
Quinta - 30 de Março de 2006 às 22:55

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A edição francesa de "O Pequeno Príncipe", do escritor Antoine de Saint-Exupéry, completa 60 anos mantendo a marca de livro mais traduzido da história da literatura, além de ser uma referência para crianças e adultos de todo o mundo.

Publicado inicialmente nos Estados Unidos, em 1943, onde o autor tinha se refugiado desde que a França tinha sido invadida pelos nazistas, na II Guerra Mundial, "O Pequeno Príncipe" é o livro francês mais vendido no mundo (cerca de 80 milhões de exemplares), com 400 a 500 edições.

Além disso, é a obra literária mais traduzida no mundo. Já foi publicado em 160 línguas ou dialetos, do aranês (dialeto falado na Espanha) ao amazigh (berbere). A última língua a conhecer as aventuras do Pequeno Príncipe foi o xhosa, uma das 11 línguas oficiais da África do Sul.

A paixão pela história do jovem sonhador de cabelos louros e cachecol vermelho chega até ao Japão, onde "O Pequeno Príncipe" conta com um museu. Mais uma prova do caráter universal da sua mensagem, ao mesmo tempo simples e profunda.

Segundo os estudiosos da sua obra, Saint-Exupéry (1900-1944) já pensava no personagem muito antes de começar a escrever o livro. Nos seus desenhos dos anos 30, é comum encontrar um personagem com o cabelo duro, vestido com um longo manto e cercado de estrelas.

Mas foi só em 1942 que Saint-Exupéry resolveu escrever um livro sobre o jovem. O editor americano Eugéne Reynal, vendo um desenho num guardanapo quando almoçavam juntos, sugeriu que transformasse o personagem no herói de um conto infantil.

Seis meses depois nasceu "O Pequeno Príncipe". Três meses mais tarde, a editora Reynal & Hitchcock publicou-o nos EUA, nas versões em francês e inglês.

Uma semana depois, Saint-Exupéry, que lutava como piloto contra as forças do Eixo, partiu para uma missão no Norte da África e nunca mais voltou.

No dia 31 de julho de 1944, o esritor desapareceu a bordo de seu avião no Mediterrâneo, sem poder ver "O Pequeno Príncipe" ser publicado no seu país natal.

Um ano depois do fim da guerra, em 1946, o livro foi lançado na França, primeiro em folhetins, na revista "Elle", e depois como livro de bolso, pela editora Gallimard.

A França vai comemorar o aniversário com espetáculos, exposições e outras manifestações culturais ao longo do ano.





Fonte: EFE

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