Alckmin indica que PSDB deve evitar prévias para resolver sucessão estadual

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, indicou que o PSDB deve resolver a questão da sucessão estadual da mesma maneira que escolheu seu candidato à Presidência da República: através da negociação política.

O prefeito José Serra pode renunciar ao cargo até amanhã para assumir sua indicação para disputar o governo estadual. A saída de Serra é dada como certa por tucanos. No entanto, enquanto os outros três pré-candidatos já afirmaram que abririam mão da disputa por Serra, o vereador José Anibal reafirmou por várias vezes que vai manter sua candidatura.

"Da mesma forma que houve um bom entendimento para a disputa nacional, acredito firmemente que nós vamos ter um bom entendimento para a política estadual", disse o governador e candidato tucano à Presidência da República.

Quando Serra e o governador disputaram a indicação do partido para a candidatura à Presidência, Alckmin levantou a idéia da realização de prévias para a escolha.

O formato, no entanto, nunca foi bem recebido pelo chamado "triunvirato" do partido (o presidente do PSDB Tasso Jereissatti, o governador Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), que insistia no "entendimento". Prevaleceu a negociação política e Alckmin foi escolhido, após meses de muita conversa.

O prefeito Serra recebeu manifestações de apoio para uma eventual candidatura de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, mas nunca admitiu em público a intenção de sair candidato.

Evitando responder sobre sua preferência (Serra ou Anibal), Alckmin, no entanto, afirmou que "Serra traduz o sentimento partidário, o sentimento popular". "A tendência do PSDB é a busca do entendimento e o prefeito Serra tem todas as qualificações", acrescentou.

O fato de Serra, se assumir a indicação, ter que deixar a prefeitura da maior cidade do país também foi contornada por Alckmin. "Eu sou eu e minhas circunstâncias. Eu vejo que o Serra pode fazer um bom trabalho no governo de São Paulo", disse ele, citando a frase do filósofo espanhol José Ortega y Gasset.