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Quinta - 30 de Março de 2006 às 08:44
Por: Alecy Alves

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Uma pesquisa realizada entre os trabalhadores das escolas particulares da Grande Cuiabá mostrou que a categoria está insatisfeita com o salários pagos pelo setor e preocupada com a queda do seu poder aquisitivo.

O estudo apurou ainda que na tentativa de aumentar sua renda, muitos professores estão ingressando na economia informal. Nos horários de folga, comercializam produtos como cosméticos, doces e roupas íntimas. Aqueles que não exercem atividade paralela vivem endividados em instituições financeiras.

Aplicada a professores de 68 escolas entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, a pesquisa revelou que entre 1994 e 2005 os reajustes salariais somaram 204,63% enquanto o índice do custo de vida saltou 245,42%. Para agravar essa situação, Cuiabá é uma das capitais com o mais alto custo de vida, perdendo apenas para Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, conforme pesquisa do Dieese.

“Os profissionais não sobrevivem mais somente do magistério”, reclamou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Particular (Sintrae), Marilane Costa.

O piso salarial do professor com carga de trabalho de 20 horas semanais está estabelecido por nível de ensino. Aquele que dá aulas para crianças de salas de educação infantil à 4ª série ganha R$ 535. Quem pega sala de 5ª a 8ª recebe R$ 572, e aquele que faz opção pelo ensino médio, R$ 672. No ensino superior recebe R$ 1,4 mil.

A pesquisa, destaca Marilane Costa, trouxe um dado positivo importante para a categoria. Que os profissionais da educação particular estão investindo cada dia mais em sua própria formação.

Atualmente, 31,4% dos professores têm curso superior, 14,6% têm especialização, 4,9% mestrado e outros 2,4% doutorado. A questão, lamenta Marilane, é que o setor não valoriza aquele que busca a formação contínua.

Desde o início do mês, os professores estão em negociação salarial com o Sindicato das Escolas Privadas (Sinepe). Março é a data base da categoria, que este ano reivindica 20% de reajuste para corrigir a defasagem dos últimos 11 anos, desde a criação do Plano Real.

A pesquisa, feita por encomenda do Sintrae pela empresa KGM, está servindo de referência para as negociações salariais. Além da questão econômica, os professores querem a definição de critérios para regulamentar a instalação de escolas, como por exemplo garantia patrimonial (bens que assegurem o pagamento de indenizações trabalhistas caso fechem as portas), avaliação periódica sobre o cumprimento das questões pedagógicas e do respeito aos direitos trabalhistas. Ontem pela manhã aconteceu a primeira rodada de negociações salariais na Delegacia do Trabalho e Emprego (DRTE), mas que terminou sem acordo.




Fonte: diario de cuiaba

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