Mattoso pede demissão; Maria é nomeada para comandar a CEF

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, também deixou o cargo. Em nota assinada por ele e divulgada pela Caixa quase duas horas após o encerramento do seu depoimento à Polícia Federal, quando foi indiciado pelo crime de violação de sigilo, Mattoso assegura que não foi o responsável pelo vazamento.

"Não fui o responsável pelo vazamento da informação e estou convicto de que nenhum empregado da Caixa deu causa à divulgação indevida, atuando nos estritos limites da legalidade", diz Mattoso na nota.

Mattoso confirmou, no entanto, que teve acesso a informações sobre movimentação atípica em conta de cliente. Isso, segundo ele, "na condição de presidente da Caixa e no pleno e legítimo exercício de minhas funções". Em nenhum momento na nota Mattoso cita o nome do caseiro Francenildo Santos e muito menos o do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, para quem, em depoimento na Polícia federal, informou ter repassado o extrato bancário.

Nas explicações dadas por escrito, Mattoso afirmou que apenas cumpriu o seu dever funcional sem que isso, de forma alguma, representasse quebra indevida de sigilo. Ele contou que determinou a adoção das providências previstas na lei 9613/98. Segundo Mattoso ele fez com que a informação sobre movimentação atípica da conta chegasse ao Coaf, que tem a competência legal para conhecer e analisar assuntos dessa natureza. Ele ainda confirma que também comunicou o fato à autoridade superior à qual a Caixa encontra-se vinculada.

Nova presidente - Maria Fernanda Ramos Coelho é a primeira mulher a assumir a presidência da CEF. Instituição centenária, criada ainda na época do Império, a Caixa já teve 19 presidentes, sendo sete funcionários de carreira da instituição. Maria Fernanda é a oitava servidora de carreira a assumir o cargo. Com 22 anos de casa e 44 anos de idade, Maria Fernanda era superintendente Nacional de Desenvolvimento Estratégico e Empresarial da empresa.