Riva propõe programa de educação no trânsito

A elevada mortalidade por acidente de trânsito representa uma triste realidade para Mato Grosso e Brasil, em geral. Em função de muitas ocorrências fatais não serem registradas como ligadas ao trânsito, esse número pode ser maior ainda. Para amenizar a situação, o deputado José Riva (PP), propõe o Programa Mato-Grossense de Educação para o Trânsito – PROMET, a ser implementado pelo Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/MT.

“É preciso agir com determinação para mudar este triste panorama. A educação para o trânsito envolve um processo de aprendizagem contínuo. É necessário refletir sobre a necessidade de promover uma mudança de cultura no trânsito, uma mudança de comportamento”, afirmou o deputado.

Pela proposta do parlamentar, a idéia é promover ações de educação para o trânsito criando uma nova cultura, envolvendo todos os segmentos da sociedade, mediante um processo de permanente análise e discussão, acompanhar e avaliar as ações, atividades e projetos de educação para o trânsito, na educação formal e não-formal, de modo a conscientizar a sociedade sobre o papel de cada um no trânsito, incentivar o cidadão a valorizar o comportamento seguro no trânsito e implementar uma política de educação para o trânsito, com a participação de todos os órgãos, instituições e entidades envolvidas com o tema. Em um dos artigos do projeto, José Riva assegura que, as atividades, as ações e os projetos de educação para o trânsito serão acompanhados e avaliados, sistemática e constantemente, por meio de reuniões, de encontros regionais e de um encontro estadual, a ser realizado uma vez por ano.

As estatísticas de acidentes de trânsito no Estado de Mato Grosso revelam números alarmantes. No ano de 2000 ocorreram 265 (duzentos e sessenta e cinco) acidentes com vítimas fatais e 4.463 (quatro mil e quatrocentos e sessenta e três) com vítimas não fatais, contra 542 (quinhentos e quarenta e dois) com vítimas fatais e 11.952 (onze mil e novecentos e cinqüenta e dois) com vítimas não fatais, em 2004. Acidentes estes envolvendo automóvel/camioneta, ônibus/microônibus, caminhão/caminhonete, reboque/semi-reboque, motocicleta, bicicleta, pedestres e outras categorias não informadas.

No Brasil, morrem em média 40 mil pessoas em acidentes de trânsito todos os anos, segundo dados do Departamento da Polícia Rodoviária Federal - DPRF. Isto representa um índice de fatalidade muito superior ao de países como os Estados Unidos e o Japão. Esse índice mede o número de mortes para cada grupo de 10.000 veículos e é usado internacionalmente para indicar o grau de violência no trânsito. Mais da metade desses acidentes tem como causa o excesso de velocidade. Em 1998, 75% dos acidentes ocorreram com o tempo bom, 61% durante o dia e 67% nas retas, conforme dados do DPRF. Quanto maior a velocidade, maior a possibilidade de o condutor perder o controle do veículo.

Segundo levantamento do Ministério da Saúde, realizada em 2002, o trânsito é a segunda maior causa de morte dos brasileiros entre 15 e 44 anos, atrás somente dos homicídios. Alguns dados mostram que até 60% dos leitos de UTI são ocupados por acidentados no trânsito. Segundo as estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, no período entre 1960 e 2000, o número de feridos no trânsito no país multiplicou-se por quinze e o de mortes, por seis.

“Na verdade, as mortes mostram a parte mais trágica do problema, porque ainda devem ser consideradas as vítimas com seqüelas e as vítimas que evoluem para recuperação total, mas apresentam longo tempo de internação precisando, às vezes, de cirurgias especializadas”, disse Riva.