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Cultura
Segunda - 27 de Março de 2006 às 10:55

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A IV Bienal de Berlim transforma até o dia 28 de maio a Antiga Escola Judaica de Meninas no bairro de Mitte, fechada pelos nazistas há mais de seis décadas, em uma vitrine com as últimas tendências da arte contemporânea.

A Bienal de Arte Contemporânea de Berlim, cuja primeira edição aconteceu em 1998, utiliza espaços poucos usuais (residências, uma igreja evangélica, antigos estábulos e inclusive um cemitério) da rua Auguststrasse, no centro da capital, para exibir as obras de 70 artistas internacionais de quatro gerações.

O Instituto de Arte Contemporânea KW e a antiga Escola Judaica de Meninas, situados um em frente ao outro na mesma rua, são os espaços que concentram o maior número de obras da Bienal.

A Escola abriu pela primeira vez suas portas 10 anos após seu último fechamento, em 1996, por falta de alunas.

A oportunidade de visitar um edifício tão carregado de história é, para muitos visitantes, mais interessante do que muitas das obras de arte contemporânea expostas.

A Escola Judaica de Meninas, um edifício de tijolos vermelhos coberto de pôsteres na entrada, foi construída entre 1927 e 1928 pelo arquiteto Alexander Beer. A escola abriu suas portas em 1930 e funcionou até que os nazistas a fecharam, em 1942.

Nos tempos da República Democrática Alemã (RDA), a Escola abrigou o Instituto Bertolt Brecht.

No seu interior, ainda é possível ver parte da mobília, os banheiros, os restos do papel que estava nas paredes, os mosaicos de cores da entrada e alguns trabalhos das alunas pendurados nas paredes.

Após a reunificação alemã, a escola voltou à comunidade judaica, mas em 1996 o centro fechou suas portas por falta de alunos.

Na antiga escola e agora sala temporária de exposições, os visitantes poderão conferir o vídeo "Summer Lightning''s" do russo Viktor Alimpiev, as telas de Michaël Borremans, o "Dirty Room" (três quartos cheios de terra) de Bouchet e os desenhos de Marcel van Eeden.

Também estarão expostas as bandeiras do búlgaro Pravdoliub Ivanov, a vídeo-instalação "Farbtest, die Rote Fahne" do alemão Felix Gmelin, as esculturas de Paloma Varga Weisz e a instalação "Bang-Bang-Room" do americano Paul McCarthy.

O KW, situado em um dos edifícios mais antigos da rua, que data de 1794, exibe obras de impacto, como a série de fotografias coloridas do americano Corey McCorkle, intitulada "Spiritual Midwifery Rush", na qual se vê uma mulher dando à luz no salão de sua casa e na qual o artista procura mostrar o milagre do nascimento e o momento da separação entre mãe e filho.

O espaço também expõe obras de artistas conhecidos como a vídeo-instalação "Rats and bats" do americano Bruce Neumann, que mostra um rato em um labirinto rodeado por seis monitores de televisão enquanto é projetada numa tela a imagem de um homem batendo um saco com um taco de beisebol.

Os curadores da IV Bienal de Berlim são o artista italiano Maurizio Cattelan - que em 2004 provocou uma grande polêmica na Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Sevilha (Biacs) com a escultura de uma criança enforcada -, o crítico de arte Massimiliano Gioni e a artista Ali Subotnick.





Fonte: EFE

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