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Florestas secas de MT apontam para dados apocalípticos da Amazônia
Mato Grosso perderá 400 mil km² de matas de transição, também conhecido como “floresta seca”, que representam em torno de 76% do total, por causa do atual nível de desmatamento. É o que revela a mais completa e detalhada simulação por computador já feita sobre o futuro da Amazônia, traçando uma perspectiva sombria para a região: se nada for feito para mudar as tendências atuais, a maior floresta tropical do planeta estará reduzida no ano 2050 a pouco mais que a metade de sua área original pelo corte raso. A parcela apontada para Mato Grosso é considerada como respeitosa.
Além da chamada “floresta seca” de Mato Grosso, estão ameaçadas as matas de babaçu do Maranhão (97% de perda), as matas pantanosas de Paramaribo (93%), as florestas de Marajó (78%). Um quadro considerado devastador, quase apocalíptico. O estudo enfatiza que entre as 32 grandes ecorregiões em que se convencionou dividir a Amazônia nada menos que 18 serão desprovidas de mais de 40% de suas florestas, e 12 delas mais de 70%, caso as taxas e tendências atuais de desmatamento se mantiverem.
Nesse cenário, o estudo prevê que restarão somente 3,2 milhões de km² de floresta amazônica, dos 5,4 milhões de km² ainda existentes em nove países na passagem do século XX para o XXI. No espaço de apenas duas gerações terá sido desmatada uma área pelo menos duas vezes maior que toda a destruição infligida à mata em cinco séculos de colonização. Isso sem levar em consideração outros fatores que estão empobrecendo as florestas da região, como a exploração madeireira, o incêndio florestal, e a mudança climática.
Mas, mesmo assim, muita coisa ainda pode ser feita, indica o trabalho, para cortar pela metade essa destruição anunciada pela expansão da fronteira agrícola. Até porque se isso não for iniciado logo, a inércia adquirida pelas forças da devastação com a expansão da pecuária, da extração ilegal de madeira e da soja, além da construção e pavimentação de estradas, fará com que a biodiversidade sofra muito mais do que já sofreu. E não é blefe, conforme costumam afirmar as autoridades políticas e ambientais. Esta é a primeira vez que uma pesquisa de modelagem por computador traça um perfil tão completo da fauna ameaçada pelo desmatamento.
O artigo produzido em cinco instituições brasileiras e norte-americanas sai na edição desta semana do periódico científico britânico Nature (vol. 440, pp. 520-523; doi:10.1038/nature04389). Fruto de um projeto iniciado há quase oito anos pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), de Belém do Pará, e pelo Woods Hole Research Institute (WHRC), dos Estados Unidos, o estudo teve como principais autores Britaldo Silveira Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Daniel Curtis Nepstad (WHRC/IPAM e Universidade Federal do Pará). Participaram ainda outros oito pesquisadores: Lisa M. Curran (Yale University), Gustavo Coutinho Cerqueira (UFMG), Ricardo Alexandrino Garcia (UFMG), Claudia Azevedo Ramos (IPAM), Eliane Voll (UFMG), Alice McDonald (Yale), Paul Lefebvre (WHRC) e Peter Schlesinger (WHRC).
Tamanho nível de detalhe só foi possível porque as equipes envolvidas deixaram de tratar a região como um bloco homogêneo, coisa que ela nunca foi, nem do ponto de vista ambiental, nem do ponto de vista socioeconômico. “Essa abrangência se deve muito ao fato de o modelo ser baseado numa estratificação socioeconômica da Amazônia em 47 regiões, cada região com seu próprio modelo de transição” - explica Daniel Nepstad, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
Além da chamada “floresta seca” de Mato Grosso, estão ameaçadas as matas de babaçu do Maranhão (97% de perda), as matas pantanosas de Paramaribo (93%), as florestas de Marajó (78%). Um quadro considerado devastador, quase apocalíptico. O estudo enfatiza que entre as 32 grandes ecorregiões em que se convencionou dividir a Amazônia nada menos que 18 serão desprovidas de mais de 40% de suas florestas, e 12 delas mais de 70%, caso as taxas e tendências atuais de desmatamento se mantiverem.
Nesse cenário, o estudo prevê que restarão somente 3,2 milhões de km² de floresta amazônica, dos 5,4 milhões de km² ainda existentes em nove países na passagem do século XX para o XXI. No espaço de apenas duas gerações terá sido desmatada uma área pelo menos duas vezes maior que toda a destruição infligida à mata em cinco séculos de colonização. Isso sem levar em consideração outros fatores que estão empobrecendo as florestas da região, como a exploração madeireira, o incêndio florestal, e a mudança climática.
Mas, mesmo assim, muita coisa ainda pode ser feita, indica o trabalho, para cortar pela metade essa destruição anunciada pela expansão da fronteira agrícola. Até porque se isso não for iniciado logo, a inércia adquirida pelas forças da devastação com a expansão da pecuária, da extração ilegal de madeira e da soja, além da construção e pavimentação de estradas, fará com que a biodiversidade sofra muito mais do que já sofreu. E não é blefe, conforme costumam afirmar as autoridades políticas e ambientais. Esta é a primeira vez que uma pesquisa de modelagem por computador traça um perfil tão completo da fauna ameaçada pelo desmatamento.
O artigo produzido em cinco instituições brasileiras e norte-americanas sai na edição desta semana do periódico científico britânico Nature (vol. 440, pp. 520-523; doi:10.1038/nature04389). Fruto de um projeto iniciado há quase oito anos pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), de Belém do Pará, e pelo Woods Hole Research Institute (WHRC), dos Estados Unidos, o estudo teve como principais autores Britaldo Silveira Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Daniel Curtis Nepstad (WHRC/IPAM e Universidade Federal do Pará). Participaram ainda outros oito pesquisadores: Lisa M. Curran (Yale University), Gustavo Coutinho Cerqueira (UFMG), Ricardo Alexandrino Garcia (UFMG), Claudia Azevedo Ramos (IPAM), Eliane Voll (UFMG), Alice McDonald (Yale), Paul Lefebvre (WHRC) e Peter Schlesinger (WHRC).
Tamanho nível de detalhe só foi possível porque as equipes envolvidas deixaram de tratar a região como um bloco homogêneo, coisa que ela nunca foi, nem do ponto de vista ambiental, nem do ponto de vista socioeconômico. “Essa abrangência se deve muito ao fato de o modelo ser baseado numa estratificação socioeconômica da Amazônia em 47 regiões, cada região com seu próprio modelo de transição” - explica Daniel Nepstad, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
Fonte:
24 Horas News
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/310334/visualizar/
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