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Politica Brasil
Quarta - 22 de Março de 2006 às 08:33
Por: Dra. Lou de Olivier

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Há muitos anos, venho publicando artigos sobre Arteterapia, Musicoterapia, Psicopedagogia e áreas correlatas, mas, ainda hoje, percebo a grande confusão que se faz não só diante dessas áreas e suas aplicações/limitações, mas diante do que, realmente, vêm a ser essas técnicas. E o mais lamentável é que essa confusão não parte somente dos leigos, também os profissionais das áreas fazem declarações descabidas, baseadas em pesquisas ou vivências antiquadas e sem grandes aplicações na prática. Mas como se pesquisou baseando-se em pesquisas anteriores e estas em outras anteriores, e assim por diante, acaba-se propagando grandes absurdos. Na verdade há até algumas piadas bem engraçadas que, no fundo, são um alerta para que não se acredite cegamente em tudo o que se publica dentro das pesquisas sejam elas de campo ou científica.

Como este assunto é muito abrangente, não entrarei em detalhes, apenas pretendo aqui esclarecer o básico, que ainda assim, já será um grande avanço, diante do pouco que se sabe dentro da realidade da Musicoterapia. Creio que o principal seja esclarecer as limitações e aplicações da Musicoterapia, que, assim como a Arteterapia, a Psicopedagogia, a Fonoaudiologia, a Psicologia, entre outras áreas, também é amplamente deturpada.

Recentemente, li uma pergunta de uma mãe em dúvida, querendo saber se a Musicoterapia poderia tratar sua filha com atraso de desenvolvimento e de fala. Respondendo a essa questão, alguns “Musicoterapeutas”, afirmando convictamente que a MT trataria sim o caso. Contatei essa mãe, mas esta não me respondeu, talvez por que, para variar, eu fosse a única do grupo questionando, dizendo o contrário de todos os outros e com sabedoria (ou seria honestidade?) suficiente para dizer que há outras áreas que tratam os atrasos de desenvolvimento e de fala. Provavelmente essa mãe tenha preferido acreditar no que a maioria dizia e não em mim, que estou sempre batendo de frente com os equívocos que se divulgam em nome da continuidade de um pensamento acadêmico.

Deixando a Filosofia de lado, é preciso esclarecer que o atraso motor, geralmente causado por alguma complicação neurológica, pode até ser estimulado com o uso da música, ou seja, usar sessões de música com crianças que apresentam algum atraso no desenvolvimento pode surtir um bom efeito, mas não cura o distúrbio em si. O distúrbio deve ser detectado por um Neurologista e o tratamento deve ser realizado em conjunto com um Psicomotricista (motor) e um fonoaudiólogo (fala). O uso da música, neste caso, poderia ser um complemento, mas jamais serviria como tratamento principal.

Mesmo se falarmos da moderna Musicoterapia aliada a equipamentos, não se pode estende-la a este tipo de tratamento, que, como já disse, deverá ser feito por três profissionais (Neurologista, Psicomotricista e Fonoaudiólogo).

Outro ponto essencial que, por muitas vezes, já frisei (mas parece sempre obscuro por que sempre surge algum mau profissional para deturpar), é a diferenciação entre Musicoterapia e Música como terapia. As duas técnicas são boas e podem mostrar bons resultados, mas devem ser aplicadas de forma correta em casos em que, realmente, são indicadas e não de forma indiscriminada e deturpada como tem sido feito.

Como este artigo pretende ser introdutório, não irei estendê-lo, apenas quero deixar claro que cada área ou técnica é indicada a alguns casos e tentar estendê-la para tratar casos que não lhe dizem respeito é, no mínimo, desonestidade por parte dos profissionais ou, se fazem isso acreditando ser possível atender tais casos, devo alertá-los de que estão equivocados e precisam informar-se mais antes de afirmar que a MT pode tratar, por exemplo, retardos motores ou de fala. E vejam bem que minha honestidade é tanta que estou afirmando que esses casos dever ser tratados por três profissionais de áreas às quais não pertenço, mas tenho bom senso suficiente para encaminhar corretamente os pacientes. E acho que todos deveriam agir assim.

Mas, já que nem todos pensam dessa forma, o paciente interessado nos tratamentos deve ficar atento, procurar ler e se informar bem sobre as técnicas antes de submeter-se a um tratamento. E devo dizer algo também importante: qualquer técnica, mesmo a mais errada, pode surtir efeito em um longo tratamento até mesmo pelo condicionamento da mente, mas isso não quer dizer que foi o mais indicado. O segredo de um tratamento eficaz e rápido é encontrar o real distúrbio e tratá-lo com a técnica mais indicada. E, para isso, é fundamental procurar o profissional certo.

Brevemente lançarei um novo livro, que tratará a fundo a Arteterapia e a Musicoterapia e, certamente, esclarecerá totalmente essas duas áreas até hoje tão deturpadas e mal utilizadas. Mas, enquanto não lanço meu novo livro, posso indicar dois, que esclarecem um pouco este assunto. São eles: “Acontece nas melhores famílias” e “Distúrbios de aprendizagem/comportamento (verdades que ninguém publicou). Ambos trazem uma boa introdução ao assunto, inclusive mostrando os precursores dessas áreas.

Esses livros estão esgotados, mas ainda é possível adquirir alguns exemplares. No meu site é possível ler outros artigos esclarecedores sobre diversos tipos de terapia. Acessem: www.loudeolivier.com.br





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