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Politica Brasil
Sexta - 17 de Março de 2006 às 07:58
Por: João Domingos

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Por 261 votos a favor, 166 contrários, 19 abstenções e 5 votos em branco, a Câmara dos Deputados cassou anteontem à noite o mandato do presidente do PP, Pedro Correa (PE). Ele foi acusado de ter recebido R$ 4,1 milhões do esquema de corrupção montado pelo ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.

Corrêa admitiu que seu partido recebeu R$ 700 mil. Foi o terceiro parlamentar acusado de envolvimento com o mensalão a ser cassado. Antes, tinham perdido o mandato Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP). Corrêa ficará sem direitos políticos até 2015. A proposta de cassação obteve quatro votos a mais do que os 257 necessários. Antes, a Câmara absolvera o ex-líder do PP, deputado mato-grossense Pedro Henry. Ele obteve a seu favor 255 votos, contra 176 pela cassação, 20 abstenções e dois brancos.

Henry foi acusado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser um dos operadores do mensalão. Mas nem as CPIs dos Correios e do Mensalão nem o Conselho de Ética conseguiram avançar nas investigações. Por falta de provas, recebeu absolvição no Conselho, confirmada ontem pelo plenário. Pedro Corrêa e seu partido, o PP, lutaram muito para evitar a cassação. Houve até ameaças, muitas.

O deputado João Leão (PP-BA) avisou aos petistas que o PP não esperava deles outra coisa a não ser o voto a favor de Corrêa. "Caso contrário, não teremos como convencer nossos deputados a votar a favor de João Paulo Cunha (PT-SP)", disse Leão. João Paulo, ex-presidente da Câmara, é acusado de ter recebido R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O Conselho de Ética aprovou parecer do deputado Cezar Schimer (PMDB-RS) que recomenda a sua cassação. Ele espera ser absolvido pelo plenário.

Além desse tipo de negociação forçada entre PP e PT, Pedro Corrêa e seus aliados trabalharam em outras frentes. Sem nenhum constrangimento, o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC) foi para o plenário pedir votos a favor do presidente do PP. Ronivon foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acreano sob acusação de compra de votos.

A cassação foi confirmada pela presidência da Câmara há três meses. Também o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE) trabalhou muito para absolver Pedro Corrêa. Conversou pessoalmente e por telefone principalmente com parlamentares do chamado baixo clero, ainda fiéis a ele.

Severino renunciou ao mandato no final do ano passado depois de ter sido acusado de cobrar propina do empresário de restaurantes Sebastião Buani. Assim, livrou-se do processo de cassação. Na noite de terça-feira o PL fez um jantar na casa de seu presidente, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP). Pedro Corrêa foi para lá e exigiu o voto por sua absolvição.





Fonte: A Gazeta

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