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Politica Brasil
Quinta - 16 de Março de 2006 às 14:01
Por: Cláudio Bernardo

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O caseiro Francenildo Santos Costa confirmou nesta quinta-feira (16), na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, as denúncias que havia feito contra o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Nildo, como é mais conhecido, disse, conforme matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, que Palocci freqüentava uma mansão no Lago Sul, em Brasília, alugada por ex-assessores do ministro para reuniões e festas e que também era utilizada para partilha de dinheiro que chegava em malas. Em coletiva na quarta-feira (15), Nildo afirmou que chegou a conversar com Palocci, pelo interfone da casa, num sábado à noite.

A confirmação foi feita por Nildo, de forma lacônica, em resposta a uma indagação da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), antes de a CPI dos Bingos começar a discutir se a tomada do depoimento do caseiro aos senadores da comissão seria feita em reunião aberta ou fechada.Em resposta ao líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), Nildo também garantiu "que não recebeu dinheiro de ninguém" para prestar todas as informações.

Houve uma longa discussão para decidir se a reunião seria aberta ou ocorreria de forma reservada, conforme tinha sido acertado na última quarta-feira (15). O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chegou a votar a favor da vinda de Nildo à CPI, desde que a audiência com o caseiro fosse fechada. Os senadores Aloizio Mercadante (SP), Sibá Machado (AC) e Flávio Arns (PR), todos do PT, enalteceram a pessoa de Palocci, classificado por eles como um homem íntegro. Para esses senadores, o ministro não pode ser exposto pela CPI, como está ocorrendo. Mercadante entende que a privacidade e a individualidade de qualquer indivíduo, a exemplo de Palocci, devem ser preservadas. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) observou que a reunião teria que ser secreta, já que na entrevista de Nildo falou-se até "na vida sexual das pessoas". E lembrou que a Constituição não permite expor a privacidade das pessoas.

Mas a oposição, conforme intervenções dos senadores Antero Paes de Barros (MT), Arthur Virgílio (AM) e Alvaro Dias (PR), todos do PSDB, entende que os fatos comprometem frontalmente Palocci como ministro, e não a vida pessoal dele. Ao final, o presidente da CPI, senador Efraim Moraes (PFL-PB), decidiu que a reunião seria aberta.

STF

O senador Tião Viana (PT-AC) anunciou que entrou com um pedido de liminar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de que aquela Corte avalie o andamento do rito processual dos trabalhos em curso na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos. Para o senador, a decisão representa um gesto de defesa de um direito que considera sagrado: a vida privada das pessoas, no caso a do ministro Palocci.

Tião Viana protestou contra a realização de uma audiência pública com o caseiro, por considerar que o assunto tratado por Nildo fugia ao objeto de investigação da CPI. No entender do senador, os supostos encontros de Palocci com ex-assessores do ministro à época em que era prefeito de Ribeirão Preto (SP) - a chamada 'República de Ribeirão Preto' - que, segundo o caseiro, ocorriam em uma casa no Lago Sul - "são uma ameaça clara à privacidade de Palocci" e, por essa razão, não devem ser objeto de análise da CPI.



- A vida particular do ministro não é objeto de investigação da CPI - enfatizou o senador.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) observou que a CPI dos Bingos não tem "má vontade" em relação ao ministro, mas disse que, devido aos fatos que estão surgindo, o ministro deveria afastar-se do cargo por 30 dias, o que coincidiria com a conclusão dos trabalhos da CPI. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) discordou de Simon e lembrou que o ministro não estava presente à reunião da comissão para defender-se.

Caseiro diz "confirmar até morrer" que Palocci freqüentava casa no Lago Sul





Fonte: Agência Senado

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