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Relações virtuais, até que ponto são normais?
Decidi escrever este artigo por que, acho que passa da hora das pessoas entenderem que a Net é uma das formas de se fazer contato tanto profissional quanto pessoal, mas não pode ser vista como a razão de nossa existência, por que tudo o que é endeusado torna-se fanatismo e todo fanatismo é doentio.
Recentemente retornei ao Orkut, depois de mais de um ano afastada e, há pouco mais de quinze dias, ganhei duas comunidades de um grande amigo. Foi depois disso que comecei a receber tantas cobranças em relação a minha participação no Orkut e nas comunidades que não pude deixar de questionar o quê, afinal, estamos fazendo na e pela Net...
Como se não bastassem os desentendimentos, geralmente em grupos de discussão/divulgação, com cobranças virtuais, de manifestações de amizade, de reciprocidade ou grandes discussões por nada, ameaças de processos, ao ponto de uma amiga ter dito uma vez que, provavelmente iriam fundar um tribunal na lua para atender os casos de brigas pela Net. Tudo isso, provavelmente movido pelo pensamento possessivo continua tão acirrado que agora está até mais concentrado e com manifestações mais enfurecidas. Há uma necessidade enlouquecida de exibição, de provar competências, de trocar sentimentos, mesmo sem vontade e mais uma série de atritos. Em paralelo, vêm convites que mais parecem cobranças para entrarmos em determinada comunidade e até, por incrível que pareça, cobranças por excesso de carinho.
Ou seja, não importa qual seja a atitude, sempre haverá alguém para cobrar e dizer que você está errado. E, no meu caso, a cobrança veio até pelo fato de ter aceitado os presentes (no caso, as comunidades) do meu amigo. Deixando o lado particular de lado, o que se extrai disso é uma grande febre, uma necessidade doentia de se firmar uma amizade que deve ser carinhosa, amistosa, mas tem que ter consciência de que é virtual. A grande maioria das pessoas que tecla diariamente, provavelmente, nunca venha a encontrar-se pessoalmente. Se isso for possível, que ótimo, mas que se tenha consciência de que não é a prioridade, o importante é aquele elo, aquela identificação boa que só acontece de forma natural, não da para forçar uma sintonia. Ou ela se forma naturalmente ou não existirá nunca. E isso não vale só para o Orkut, vale para todas as maneiras de se conhecer e entrar em sintonia com alguém.
Salvo raras situações em que interferências externas atrapalham uma aproximação, em qualquer outro caso, é natural que as pessoas se conheçam aos poucos e, com o tempo se identifiquem muito querendo um maior contato diário ou então, desiludindo-se e querendo afastar-se. Portanto, basta deixar a vida acontecer para que o elo de amizade ou amor se forme ou não, no entanto, ocorre uma inversão em que as pessoas cobram esse elo sem que se faça necessário, sem identificações ou então cobrem por que determinada mensagem foi muito carinhosa ou até imaginem que um simples elogio possa ser uma cantada. Claro que isso pode ocorrer também quando se faz um contato pessoalmente, mas, sem dúvida, pela Net, tudo isso torna-se mais visível.
Outro ponto que é preciso analisar é qual é nosso objetivo na net. Queremos encontrar amigos, namorado(a), ser útil às pessoas, apenas trabalho ou o quê? Se a intenção é só trabalho, é mais fácil, basta entrar somente no outlook e em sites comerciais e fazer contatos de trabalho. Se a intenção é conseguir amigos ou até um namorado, ou seja, contatos pessoais, o posicionamento deve ser diferente, mas deixando isso claro para não frustrar nem se frustrar quando se deparar com alguém que, talvez, só queira teclar um pouco e veja o contato com apenas passatempo. No meu caso a intenção, apesar de meio incompreendida, continua sendo nobre, aproximar-me mais das pessoas e poder ajuda-las. Tanto que uma das comunidades que ganhei tem o mesmo nome da que eu já tinha no Gazzag, chama-se “Pergunte ao terapeuta” e tem a intenção de sanar dúvidas de estudantes, profissionais e pessoas que necessitem de orientação sobre distúrbios e terapias. E já ajudou algumas pessoas, inclusive em crise e isso é que vale.
Ironicamente, enquanto eu digito este novo artigo, abro um resumo de um dos grupos e lá está uma discussão sobre política, onde um dos integrantes pede (enfurecido) para ser retirado da lista e outro retruca e...
Afinal, o que nós estamos fazendo na e pela Net? Eu, desde que ingressei tive e tenho a melhor das intenções, levar conhecimento do que pesquiso e escrevo em várias áreas ao maior número de pessoas, se, em meio a isso, surge alguma amizade ou paquera, maravilhoso, mas a intenção é levar conhecimento às pessoas. Creio que deveria ser o objetivo de todos, ao menos, dos mais intelectualizados, o de trocar informações. Se essas informações puderem vir acompanhadas de mensagens carinhosas e gentis, maravilhoso. Mas que não seja o principal objetivo e, se surgir amizade ou aquele “algo mais” que a grande maioria parece estar procurando, que seja natural e verdadeiro.
Por que ficar parado sem se comunicar e ainda enviar mensagens cobrando que as pessoas não entram em contato, ou pedindo que participem de determinada comunidade ou até competindo em popularidade ou seja lá o que for, torna o que poderia ser um inicio de amizade, um grande martírio que acaba, isso sim, afastando e não atraindo as pessoas, como deve ser a intenção de quem envia as mensagens.
© Lou de Olivier
Dra. Lou de Olivier - Clínica Multiterapica Psiconeuroarte
Recentemente retornei ao Orkut, depois de mais de um ano afastada e, há pouco mais de quinze dias, ganhei duas comunidades de um grande amigo. Foi depois disso que comecei a receber tantas cobranças em relação a minha participação no Orkut e nas comunidades que não pude deixar de questionar o quê, afinal, estamos fazendo na e pela Net...
Como se não bastassem os desentendimentos, geralmente em grupos de discussão/divulgação, com cobranças virtuais, de manifestações de amizade, de reciprocidade ou grandes discussões por nada, ameaças de processos, ao ponto de uma amiga ter dito uma vez que, provavelmente iriam fundar um tribunal na lua para atender os casos de brigas pela Net. Tudo isso, provavelmente movido pelo pensamento possessivo continua tão acirrado que agora está até mais concentrado e com manifestações mais enfurecidas. Há uma necessidade enlouquecida de exibição, de provar competências, de trocar sentimentos, mesmo sem vontade e mais uma série de atritos. Em paralelo, vêm convites que mais parecem cobranças para entrarmos em determinada comunidade e até, por incrível que pareça, cobranças por excesso de carinho.
Ou seja, não importa qual seja a atitude, sempre haverá alguém para cobrar e dizer que você está errado. E, no meu caso, a cobrança veio até pelo fato de ter aceitado os presentes (no caso, as comunidades) do meu amigo. Deixando o lado particular de lado, o que se extrai disso é uma grande febre, uma necessidade doentia de se firmar uma amizade que deve ser carinhosa, amistosa, mas tem que ter consciência de que é virtual. A grande maioria das pessoas que tecla diariamente, provavelmente, nunca venha a encontrar-se pessoalmente. Se isso for possível, que ótimo, mas que se tenha consciência de que não é a prioridade, o importante é aquele elo, aquela identificação boa que só acontece de forma natural, não da para forçar uma sintonia. Ou ela se forma naturalmente ou não existirá nunca. E isso não vale só para o Orkut, vale para todas as maneiras de se conhecer e entrar em sintonia com alguém.
Salvo raras situações em que interferências externas atrapalham uma aproximação, em qualquer outro caso, é natural que as pessoas se conheçam aos poucos e, com o tempo se identifiquem muito querendo um maior contato diário ou então, desiludindo-se e querendo afastar-se. Portanto, basta deixar a vida acontecer para que o elo de amizade ou amor se forme ou não, no entanto, ocorre uma inversão em que as pessoas cobram esse elo sem que se faça necessário, sem identificações ou então cobrem por que determinada mensagem foi muito carinhosa ou até imaginem que um simples elogio possa ser uma cantada. Claro que isso pode ocorrer também quando se faz um contato pessoalmente, mas, sem dúvida, pela Net, tudo isso torna-se mais visível.
Outro ponto que é preciso analisar é qual é nosso objetivo na net. Queremos encontrar amigos, namorado(a), ser útil às pessoas, apenas trabalho ou o quê? Se a intenção é só trabalho, é mais fácil, basta entrar somente no outlook e em sites comerciais e fazer contatos de trabalho. Se a intenção é conseguir amigos ou até um namorado, ou seja, contatos pessoais, o posicionamento deve ser diferente, mas deixando isso claro para não frustrar nem se frustrar quando se deparar com alguém que, talvez, só queira teclar um pouco e veja o contato com apenas passatempo. No meu caso a intenção, apesar de meio incompreendida, continua sendo nobre, aproximar-me mais das pessoas e poder ajuda-las. Tanto que uma das comunidades que ganhei tem o mesmo nome da que eu já tinha no Gazzag, chama-se “Pergunte ao terapeuta” e tem a intenção de sanar dúvidas de estudantes, profissionais e pessoas que necessitem de orientação sobre distúrbios e terapias. E já ajudou algumas pessoas, inclusive em crise e isso é que vale.
Ironicamente, enquanto eu digito este novo artigo, abro um resumo de um dos grupos e lá está uma discussão sobre política, onde um dos integrantes pede (enfurecido) para ser retirado da lista e outro retruca e...
Afinal, o que nós estamos fazendo na e pela Net? Eu, desde que ingressei tive e tenho a melhor das intenções, levar conhecimento do que pesquiso e escrevo em várias áreas ao maior número de pessoas, se, em meio a isso, surge alguma amizade ou paquera, maravilhoso, mas a intenção é levar conhecimento às pessoas. Creio que deveria ser o objetivo de todos, ao menos, dos mais intelectualizados, o de trocar informações. Se essas informações puderem vir acompanhadas de mensagens carinhosas e gentis, maravilhoso. Mas que não seja o principal objetivo e, se surgir amizade ou aquele “algo mais” que a grande maioria parece estar procurando, que seja natural e verdadeiro.
Por que ficar parado sem se comunicar e ainda enviar mensagens cobrando que as pessoas não entram em contato, ou pedindo que participem de determinada comunidade ou até competindo em popularidade ou seja lá o que for, torna o que poderia ser um inicio de amizade, um grande martírio que acaba, isso sim, afastando e não atraindo as pessoas, como deve ser a intenção de quem envia as mensagens.
© Lou de Olivier
Dra. Lou de Olivier - Clínica Multiterapica Psiconeuroarte
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/312441/visualizar/
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