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Das polêmicas mulheres-vacas às históricas mulheres negras de Vila Bela
Ele nunca foi à Vila Bela da Santíssima Trindade, interior do Estado, mas as mulheres de lá estão retratadas em suas telas, na Exposição ‘Mulheres Negras de Vila Bela’, no Espaço Cultural Goiabeiras, no 1º piso do Goiabeiras Shopping. E bem longe de se pautar nas características genéricas da raça negra brasileira, o artista-plástico Télio Fernandes, 29 anos, mineiro de Arapuá e há 24 anos em Cuiabá, traz cenas típicas de Vila Bela, como o vestuário e a dança do chorado. “Minhas referências se baseiam em vídeos, fotos e reportagens que vi”, explica, enfatizando seu sonho de ir ao Município em breve. “Então, com certeza, iniciarei uma segunda fase sobre Vila Bela: acredito que não tão colorida e alegre como esta em
,,Exposição, mas algo mais atual, duro e difícil como a realidade da comunidade em seu cotidiano”, prevê ele. A exposição fica em cartaz até o dia 31 de março de 2006.
Mas Télio, que ficou famoso pelas suas polêmicas “mulheres-vacas”, apresentadas em um dos tantos Salões Jovem Arte (MT) que participou, não lamenta a perspectiva real que certamente substituirá as cores vibrantes e quentes do seu estilo entre o naïf e o figurativo. “As pessoas não gostam de colocar na parede de casa uma cena triste, preferindo o sonho, a imagem bonita. No entanto, o dia-a-dia tem outras facetas que precisam ser retratadas”. Dentro deste contexto, o artista diz que, em breve, estará fazendo uma instalação sobre a autodestruição humana que igualmente se reverte em destruição ambiental. “O homem está se destruindo moral e eticamente. As pessoas atropelam umas às outras por causa de dinheiro e sem pensar na dor do outro. E, nesta mesma linha de desrespeito o ser humano está destruindo o meio ambiente, visando apenas o lucro”, lamenta o artista que, no entanto, promete não deixar de retratar também o lado belo da vida e das pessoas, como se pode ver em Mulheres Negras de Vila Bela.
Para a artista-plástica Heleninha Botelho, que apóia o evento por meio do seu Ateliê, N’Arts, Télio trouxe um novo sopro de criatividade ao segmento artístico mato-grossense. “Eu o conheci na III Bienal de Arte Moderna de Mato Grosso e de lá para cá passei a ser uma admiradora”, conta, citando os tons esfuziantes e os muitos movimentos presentes na obra do artista, além de um estilo que, para Heleninha, traz de volta um pouco de Portinari e Di Cavalcanti.
Télio é hoje, paralelo à atividade artística, um pequeno criador de gado leiteiro. Do primeiro Prêmio que ganhou com suas obras, comprou seu primeiro lote de bezerras, que se multiplicou e propiciou a venda significativa de parte do rebanho de 60 cabeças, para a compra de sua chácara (em Várzea Grande), um antigo sonho, que agora será também seu primeiro ateliê.
E é um resumo desta rotina e cenário que o artista estará apresentando no Salão Jovem Arte deste ano (ainda sem data marcada), para o qual foi selecionado. “Trata-se da reprodução das obras de 39 artistas do mundo inteiro em seixos – ou pedras cangas”, explica ele, “e, como diz o título deste trabalho - Benditas no caminho das pedras: a vaca e a arte, a inspiração é justamente a mistura desta dura vida de artista (por isso as pedras) com a de pequeno produtor rural, onde a arte financiou parte da minha chácara e criação de gado e a minha rotina com o gado aparece nas minhas obras em várias fases”, enfatiza, trazendo de volta a polêmica em torno das mulheres com corpos de vaca que ele pintou no início de sua carreira e que lhe deu “fama com os críticos de arte, ódio de algumas pessoas e ameaças de morte da parte de mulheres”, lembra ele rindo e explicando que na verdade ele nunca quis ofende público feminino: “As vacas são símbolo de fertilidade e fartura, e não, de forma alguma, uma imagem depreciativa ou ofensiva”, diz ele.
Télio foi premiado em quatro edições do Salão Jovem Arte e foi incluso na lista dos “Artistas do Século” de Mato Grosso, empreendida em 1999 pela crítica de arte Aline Figueiredo e o artista Gervane de Paula.
,,Exposição, mas algo mais atual, duro e difícil como a realidade da comunidade em seu cotidiano”, prevê ele. A exposição fica em cartaz até o dia 31 de março de 2006.
Mas Télio, que ficou famoso pelas suas polêmicas “mulheres-vacas”, apresentadas em um dos tantos Salões Jovem Arte (MT) que participou, não lamenta a perspectiva real que certamente substituirá as cores vibrantes e quentes do seu estilo entre o naïf e o figurativo. “As pessoas não gostam de colocar na parede de casa uma cena triste, preferindo o sonho, a imagem bonita. No entanto, o dia-a-dia tem outras facetas que precisam ser retratadas”. Dentro deste contexto, o artista diz que, em breve, estará fazendo uma instalação sobre a autodestruição humana que igualmente se reverte em destruição ambiental. “O homem está se destruindo moral e eticamente. As pessoas atropelam umas às outras por causa de dinheiro e sem pensar na dor do outro. E, nesta mesma linha de desrespeito o ser humano está destruindo o meio ambiente, visando apenas o lucro”, lamenta o artista que, no entanto, promete não deixar de retratar também o lado belo da vida e das pessoas, como se pode ver em Mulheres Negras de Vila Bela.
Para a artista-plástica Heleninha Botelho, que apóia o evento por meio do seu Ateliê, N’Arts, Télio trouxe um novo sopro de criatividade ao segmento artístico mato-grossense. “Eu o conheci na III Bienal de Arte Moderna de Mato Grosso e de lá para cá passei a ser uma admiradora”, conta, citando os tons esfuziantes e os muitos movimentos presentes na obra do artista, além de um estilo que, para Heleninha, traz de volta um pouco de Portinari e Di Cavalcanti.
Télio é hoje, paralelo à atividade artística, um pequeno criador de gado leiteiro. Do primeiro Prêmio que ganhou com suas obras, comprou seu primeiro lote de bezerras, que se multiplicou e propiciou a venda significativa de parte do rebanho de 60 cabeças, para a compra de sua chácara (em Várzea Grande), um antigo sonho, que agora será também seu primeiro ateliê.
E é um resumo desta rotina e cenário que o artista estará apresentando no Salão Jovem Arte deste ano (ainda sem data marcada), para o qual foi selecionado. “Trata-se da reprodução das obras de 39 artistas do mundo inteiro em seixos – ou pedras cangas”, explica ele, “e, como diz o título deste trabalho - Benditas no caminho das pedras: a vaca e a arte, a inspiração é justamente a mistura desta dura vida de artista (por isso as pedras) com a de pequeno produtor rural, onde a arte financiou parte da minha chácara e criação de gado e a minha rotina com o gado aparece nas minhas obras em várias fases”, enfatiza, trazendo de volta a polêmica em torno das mulheres com corpos de vaca que ele pintou no início de sua carreira e que lhe deu “fama com os críticos de arte, ódio de algumas pessoas e ameaças de morte da parte de mulheres”, lembra ele rindo e explicando que na verdade ele nunca quis ofende público feminino: “As vacas são símbolo de fertilidade e fartura, e não, de forma alguma, uma imagem depreciativa ou ofensiva”, diz ele.
Télio foi premiado em quatro edições do Salão Jovem Arte e foi incluso na lista dos “Artistas do Século” de Mato Grosso, empreendida em 1999 pela crítica de arte Aline Figueiredo e o artista Gervane de Paula.
Fonte:
24HorasNews
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/312597/visualizar/
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