Prédios, vulcões e a história de Quito

QUITO - Orgulhoso por carregar o nome da linha imaginária que divide a Terra, o Equador apresenta a Ciudad Mitad del Mundo. Visitado por milhares de turistas todos os anos, o monumento está a cerca de 24 quilômetros de Quito, encravado no local onde a primeira expedição geodésica, realizada em 1736, determinou. Ao chegar lá, os turistas fazem a foto clássica com um pé no Hemisfério Norte e outro no Sul. Sem saberem que o lugar apontado fica, na verdade, 300 metros ao sul do ponto exato onde passa a faixa divisória do mundo.

O equívoco foi constatado em 1986, graças à tecnologia do GPS. Mas nenhum guia de turismo abre a boca sobre isso. Preferem, como é de se esperar, manter o charme do atrativo. O show deve continuar, não é assim? O mais curioso, no entanto, é que a nova medição demonstrou que a Linha do Equador passa justamente no que os indígenas da região chamam de Inti Ñan, ou Caminho do Sol. A sabedoria ancestral se mostra, mais uma vez, imbatível.

Independentemente do fato, Mitad del Mundo apenas abre o vasto leque de atrações de Quito, a capital do Equador. Segundo centro em importância nos tempos do império inca e principal pólo irradiador de cultura após a conquista espanhola, a cidade exibe um respeitável legado histórico, exemplo de conservação para seus pares latino-americanos.

Seu conjunto arquitetônico encontra seu esplendor ao longo da Calle de las Siete Cruces, na região central. Ela conduz os visitantes à Praça da Independência, epicentro das manifestações culturais e políticas do povo equatoriano.

Nas imediações estão, entre outros, o Palácio Presidencial, a Catedral Metropolitana, a prefeitura, o Majestic (primeiro hotel da cidade) e o Palácio Arquiepiscopal. Esses prédios, de iluminação âmbar, elevaram Quito à condição de Patrimônio Cultural da Unesco em 1979.

Vulcões Além de um conjunto histórico primoroso, Quito revela aos viajantes algumas particularidades geográficas. Por estar situada entre as montanhas andinas, a capital espreme-se por 6 quilômetros de largura e estende-se por 60 quilômetros de extensão. Há duas opções para se ter uma vista privilegiada da cidade: El Panecillo - onde está a Virgem Alada, padroeira local - e o teleférico, que leva os turistas a 4.050 metros de altura.

Desde o ponto culminante, descortina-se ampla visão de Quito. Abre-se um panorama digno de cinema dos vulcões que cercam a cidade. Dois deles dominam as fotos: o Cotopaxi - vulcão mais alto do mundo em atividade, com 5.897 metros - e o Chimborazo - o maior do país, com 6.310 metros, e fonte de inspiração para Simón Bolívar, que escreveu o poema Mi Delirio sobre el Chimborazo em sua homenagem.

Detalhe importante: Quito, cidade de 2 milhões de habitantes, está a mais de 2.800 metros sobre o nível do mar. Visitá-la pede, portanto, alguns cuidados com a aclimatação: você vai precisar de fôlego para conhecer uma das capitais mais bonitas do continente.

Oriente-se - Equador Idioma: espanhol

Moeda: dólar

Câmbio: R$ 1 vale US$ 0,47

Fuso horário: duas horas a menos em relação a Brasília

Para ligar a cobrar para o Brasil: 1-99-9177

Embaixada brasileira em Quito: Avenida Amazonas, 1.429, tel.: (00--59-32) 256-3086

Visto: não é necessário

Vacina: febre amarela

Como ir: a passagem aérea São Paulo-Quito-São Paulo custa a partir de US$ 826,20 na Taca (0800-761-8222), com conexão em Lima (Peru), e de US$ 829 pela Copa Airlines (0--11-3549- 2672), com conexão na Cidade do Panamá.