Bicheiro planejava fugir do presídio Pascoal Ramos, diz Célio Wilson

O dinheiro encontrado pela Polícia Militar escondido na bolsa do ex-“comendador” João Arcanjo Ribeiro (54) possivelmente seria empregado em uma tentativa de fuga. A avaliação é do secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson.

“Ao entrar em uma penitenciária com este montante escondido, o preso só pode ter a intenção de financiar uma fuga, a partir da corrupção dos agentes de segurança”, apontou o secretário, em entrevista coletiva concedida há pouco, na Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Quando chegou à penitenciária, no último sábado (11), Arcanjo declarou ter 44 dólares e 500 pesos. Contudo, durante revista na bolsa de viagem trazida do Uruguai pelo bicheiro, os policiais encontraram 994 dólares e 500 pesos uruguaios. O dinheiro estava dividido em pequenas quantidades na bolsa, em vários compartimentos, como bolsos de calças e camisas.

“O montante foi apreendido e será entregue à Justiça, que vai avaliar a intenção do réu em omitir o valor real que carregava. Isto é grave”, enfatizou.

Questionado sobre a origem do dinheiro, já que Arcanjo também estava em uma unidade prisional no Uruguai, Célio Wilson respondeu que há inúmeras possibilidades. “Não sei se ele foi revistado ao sair do Uruguai ou qualquer informação relativa à sua estadia naquele País, bem como sobre a extradição, que foi feita pela Polícia Federal. Só tenho conhecimento das coisas que ocorreram a partir da chegada dele, e, uma delas, é esta volumosa soma de recursos”, ponderou.

Além do dinheiro, estavam na bolsa camisas roupas, frascos de perfume, sapatos importados e livros.Conforme informações da Sejusp, Arcanjo entrou na cela somente com o kit entregue pelo sistema a todos os reeducandos.

O kit é composto por um colchão, um travesseiro, dois lençóis, um cobertor, uma pasta de dente, uma escova de dente, um sabonete, um rolo de papel higiênico e dois conjuntos de uniforme, com bermuda laranja e camiseta de malha laranja.