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Cultura
Segunda - 13 de Março de 2006 às 16:57

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A quarta caravana do ano do Projeto Pixinguinha chega a Cuiabá na terça-feira (21.03), no Teatro Universitário, em show às 20h30 reunindo o sambista carioca Délcio Carvalho, o sul-mato-grossense Marcelo Loureiro e o grupo Rabo de Lagartixa, também carioca, acompanhados por Jesus Rosa (percussão), Marcelo Menezes (violão) e Paulino Dias (percussão).

Os ingressos, como nas versões anteriores do projeto em Cuiabá, serão trocados por alimentos não-perecíveis. A cada 1 quilo de alimento, uma entrada para os shows. A diferença é que este ano, os espetáculos acontecem no teatro, logo, os ingressos são limitados. São 506 lugares ao todo.

Com espetáculos inéditos, de alta qualidade e a preços populares, o Projeto Pixinguinha já se tornou parte do calendário cultural de todo o país, numa iniciativa da Funarte (Fundação Nacional de Arte), órgão do Ministério da Cultura, com patrocínio da Petrobrás (através da lei federal de incentivo à cultura) e apoio da Associação Cultural da Funarte.

É o terceiro ano do projeto, desde sua retomada em 2004. De abril a setembro do ano passado foram 20 caravanas, percorrendo 53 cidades, com um público de mais de 86 mil expectadores, num total de 159 apresentações. Este resultado ultrapassa o de 2004, quando 12 caravanas se apresentaram em 38 municípios.

A caravana já passou por Nova Iguaçu (RJ), Rio Branco e Porto Velho e, depois de Cuiabá, segue para Anápolis (GO), Brasília, Palmas e Belo Horizonte, pisando firme na estrada em uma rica troca de experiências artísticas – no palco e com o público, que tem o prazer de assistir à magia da integração de muitos estilos e linguagens de diversas regiões do país. Uma mistura que é a cara do Brasil.

“É um dos maiores projetos de música popular no Brasil. São artistas de grande projeção que estão fora do eixo principal da música, pouco vistos pela mídia. Mostrar esses talentos é um dos principais aspectos do Projeto Pixinguinha”, explica Carlinhos Ferreira, Coordenador de Intercâmbio Cultural da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso.

Na direção, a assinatura de Ginaldo de Souza, que, além de outros shows e peças de teatro, dirigiu o primeiro show do Projeto – o histórico encontro de Alceu Valença e Jackson do Pandeiro em 1977 – e voltou a atuar no Pixinguinha no ano passado (com Elton Medeiros, Galo Preto e Andréia Pinheiro e mais Jair do Cavaquinho e Geraldo Vargas). Neste ano, ele irá dirigir ainda a primeira caravana desta edição 2006. “Este projeto já é conhecido do público; é uma festa quando chega às cidades”, diz o diretor. “Então, é muito importante para a música popular brasileira: pela formação de platéia, só com música boa e a preço acessível”. Rogério Emerson assina o desenho da luz.

DÉLCIO CARVALHO

Um dos mais importantes compositores do samba carioca, fiel parceiro de dona Ivone Lara, Délcio Carvalho nasceu em Campos, Rio de Janeiro. Seu pai, saxofonista da banda local exerceria forte influência no caminho pela música, incentivando-o, ainda adolescente, a cantar nos conjuntos de baile da cidade.

Mudando-se para a capital, logo após o serviço militar, Délcio passou a integrar programas de calouros na TV e a cantar em cabarés do subúrbio. São quatro seus álbuns lançados: Canto de um Povo (1980), Amar é Sofrer (1998), Afinal (1996) e o elogiado A Lua e o Conhaque (2000) com convidados como Zeca Pagodinho e Zezé Gonzaga.

Com Dona Ivone Lara compôs os inesquecíveis versos de Sonho Meu, até hoje seu maior sucesso, gravada por Maria Bethânia, Gal Costa e Clementina de Jesus. A dupla renderia outros clássicos do samba como Alvorecer, Acreditar, Liberdade e Minha Verdade. Elton Medeiros, Ivor Lancellotti, Toninho Nascimento e Noca da Portela, também estão entre seus parceiros constantes.

MARCELO LOUREIRO

Nascido no Rio de Janeiro há 25 anos e criado na cidade, sul-pantaneira Guia Lopes da Laguna, interior do Mato Grosso do Sul, onde tomou contato com a sonoridade de países vizinhos, principalmente Paraguai e a Argentina, Marcelo Loureiro descobriu, já na infância, que trazia música dentro de si. Violonista talentoso, Marcelo ficou conhecido por criar, com sua música, uma atmosfera sertaneja, remetendo à vida na região centro-oeste. Seu primeiro disco, Alma Platina, de 2003, conta com um repertório variado, composto por elementos da cultura regional e da memória cultural guarani. O disco passa pela polca, milonga e chamamés - música folclórica característica do nordeste da Argentina.

RABO DE LAGARTIXA

Formado em 1993, o Rabo de Lagartixa parte de uma formação incomum para um grupo instrumental — sax soprano (Daniela Spielmann), cavaquinho (Jayme Vignoli), violão de sete cordas (Marcello Gonçalves), contrabaixo acústico (Alexandre Brasil) e percussão (Beto Cazes), expandindo as fronteiras do choro, em que incluem música nordestina, bossa nova instrumental, samba rasgado e música pop, que no repertório do quinteto já não parecem mais tão distantes.

O álbum de estréia, homônimo, lançado em 1998 pela Kuarup, teve como convidados especiais o violonista João Lira, o cantor Pedro Luis e a cantora Elza Soares. Os dois últimos participaram também do show de lançamento, que no ano seguinte reuniu mais de 2.000 pessoas Ballroom, no Rio de Janeiro. Em seguida, Rabo de Lagartixa começou a ser distribuído nos Estados Unidos, na França e na Inglaterra e em 2002, a convite do Instituto Kellogg, o grupo embarcava para uma série de shows e workshops em cidades norte-americanas, como no Kennedy Center e Millennium Stage em Washington, DC; The Jazz Standard em Nova York; Hesburgh Center for International Studies Auditorium em South Bend, Indiana; e no Chicago World Music Fest.

Assíduo freqüentador dos festivais brasileiros que abrem espaço à música instrumental, como o Festival de Choro do Museu da Imagem e do Som e o Skol Rio Festival de 2004, o Rabo de Lagartixa vem se apresentando com diversos artistas, tais como Nelson Sargento, Elza Soares, Leandro Braga, Henrique Cazes, Nicolas Krassic, Áurea Martins (com quem tocaram durante três anos na casa de espetáculos Carioca da Gema, no Rio), entre outros.

SERVIÇO

O QUÊ: PROJETO PIXINGUINHA 2006 – Caravana de Março QUANDO: Terça-feira, 21 de março – 20h30 ONDE: Teatro Universitário, Campus Universitário – UFMT - Coxipó INFORMAÇÕES: 3613-8372 / 3613-8374/ 3613-9274





Fonte: Assessorias/Sec-MT e Funarte

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