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Politica Brasil
Segunda - 13 de Março de 2006 às 13:09
Por: Rubens de Souza

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Se o Governo precisava de recados para começar a agir, então, está na hora de agir. A reunião da direção estadual do Partido da Frente Liberal com representantes dos diretórios municipais e membros do próprio Diretório Regional, além da bancada do partido na Assembléia Legislativa, foi um autêntico comício fora de época. Sobraram ataques ao Governo tanto na área política como administrativa. Mais um pouco, estaria configurado o rompimento entre o partido e o Governo Maggi. Especialmente, com o partido, o PPS. “O trator que está ai não tem capacidade de passar por cima de nós, passar por cima do PFL” – disse o deputado Zeca d’Ávila.

O silêncio do governador Blairo Maggi, o uso de articuladores sem poder de decisão e, acima de tudo, as posições do partido do governador, fizeram o PFL endurecer o discurso. O partido está coeso em torno do projeto da candidatura de Jaime Campos ao Senado Federal, principal entrave dos entendimentos. Os pefelistas não abrem mão da postulação e condenam as atitudes dos líderes do PPS, que mencionam oram chapa pura, ora liberação de candidaturas ao Senado. “Se não tem problema em ter vários candidatos ao Senado, não tem problema em ter vários ao Governo” – disse José Carlos de Freitas, deputado estadual.

“Com Blairo ou sem Blairo, comigo não tem mamãe “quero-quero”. Meu carro quebrou na marcha ré. Sou candidato ao Senado” – discursou o ex-prefeito Jaime Campos, ao anunciar que não vai desistir da postulação. Foi o momento de maior euforia dos militantes. Campos indicou que o PFL poderá ser levado a lançar candidatura própria ao Governo como sustentação ao projeto. “O meu desejo é ter Jonas como candidato ao Governo. Chegou a hora, Jonas, de dar a sua parcela de sacrifício ao PFL” – exortou o político, ao tratar da reedição de um projeto iniciado no começo do ano, mas que acabou sendo temporariamente arquivado. “Temos que ser corajoso. Muitas vezes, eles [o Governo] não nos querem ao seu lado” – acentuou Campos.

“Cansamos de carregar piano e não tocar” – acrescentou Jaime Campos, na exortação em favor da candidatura própria. Com ataques diretos, Campos lembrou que o PFL tem 12 candidatos a deputado federal e 36 a estadual. “Por incrível que pareça, não temos nenhum picareta entre eles” – sugeriu.

Aliás, o que não faltou no “comício do PFL”, na sede da Associação Matogrossense dos Municípios, foram exortações. A ponto de o deputado Ávila chegar a anunciar que pretende ser dissidente numa eventual aliança entre os liberais e os socialistas pela reeleição de Blairo Maggi. “Percival Muniz é um bêbado. Quem é ele para ficar dando conselhos a nós?” – questionou o político, que ainda desdenhou o secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Antônio Pagot, e criticou o Governo no tocante a promessa não cumprida de redução do ICMS. “Não vamos ser humilhados por esses carguinhos”.

Outro que clamou pelo projeto da candidatura própria foi Pedro Lima, político histórico do PFL. Como se atacasse os brios dos homens que fazem hoje o partido, Lima foi duro: “O eleitor não gosta de líder covarde. É um crime tirar a candidatura própria” – disse, sob aplausos dos presentes. Lima ainda destacou que o partido tem amplas condições de chegar ao segundo turno das eleições e conquistar o Governo. A estrutura do PPS foi atacada pelo político.





Fonte: 24HorasNews

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