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Meio Ambiente
Quinta - 09 de Março de 2006 às 20:30

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A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da Nasa entrou na esfera de influência de Marte após uma seqüência final de manobras que a deixará amanhã na órbita do planeta, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial americana.

"Tudo foi perfeito até agora e não achamos que sejam necessárias correções maiores da trajetória", disse à EFE o chefe de planejamento do MRO, Robert Lock, no JPL, em Pasadena, Califórnia A seqüência para pôr a sonda na órbita marciana começou terça-feira e terminará amanhã, quando os foguetes principais da nave serão ligador durante 27 minutos para reduzir sua velocidade em 20%, informou a JPL num comunicado.

Essas manobras, que se começarão às 18h25 (de Brasília) de sexta-feira, serão acompanhadas pelos controles da Nasa no JPL e contarão com o respaldo da estação de rastreamento da agência espacial em Madri, explicou Lock.

Vinte minutos após o fim das manobras, a nave, que iniciou sua viagem em agosto do ano passado, desaparecerá por trás do planeta e seu sucesso só se poderá ser confirmado quando se recuperar o contato radiofônico, disse o JPL.

Então, a sonda espacial terá entrado numa órbita elíptica, cuja distância mais próxima ao pólo sul marciano será de 400 quilômetros, e no ponto mais distante de 43.744.

"Estivemos nos preparando durante anos para as manobras cruciais que a nave deve realizar na sexta-feira", disse Jim Graf, diretor do projeto.

"Tudo indica que estamos em excelente forma, mas Marte nos ensinou que não podemos confiar muito", afirmou, ao lembrar que no início desta década duas sondas enviadas pela Nasa ao planeta não resistiram à aproximação final e se perderam.

"Marte é duro, é imprevisível. Nunca nos tratou muito bem", acrescentou.

"Estamos no ponto mais delicado. Há muitas coisas que não podem resultar bem e, se falharmos, a nave passará do ponto", disse Graf.

O objetivo principal da missão será examinar a superfície do planeta, suas camadas subterrâneas e sua atmosfera. Esta é considerada uma prospecção inicial para as viagens de naves tripuladas ao planeta previstas pelos Estados Unidos para as próximas décadas.

O plano de trabalho inclui elucidar o mistério de um planeta que em seu remoto passado teve um ambiente quente e pode ter contido os ingredientes da vida, especialmente a água, mas hoje é um corpo árido, frio e estéril.

"Queremos saber se foi habitável, se houve algum tipo de vida e, se houve, como evoluiu", disse ao jornal "The Washington Post" Raymond Arvidson, cientista da Universidade de Washington e participante no programa para Marte da Nasa.

Mas antes de iniciar essa tarefa monumental, a sonda deverá ficar na órbita e para isso terá que realizar uma série de manobras nas quais aproveitará o atrito atmosférico de Marte por seis meses.

Para sua prospecção, a MRO conta com seis instrumentos, câmaras fotográficas e um sistema de comunicações que transmitirá informação com uma velocidade dez vezes superior à de qualquer outra nave, afirmou o JPL. Durante o tempo que permanecer em órbita, esse sistema será o elo com as comunicações de outras naves que no futuro se aproximem ao planeta, no que o JPL chama de "uma internet espacial".

Quando estiver numa órbita de baixa altura, a MRO se unirá a outros seis veículos ou sondas espaciais que há anos estão investigando ao planeta: o Global Surveyor+, que chegou às cercanias de Marte em 1997 e viaja numa órbita de 375 quilômetros de altura; a sonda Odyssey, lançada em 2001 e numa órbita de 400 quilômetros; e o Mars Express Orbiter, numa órbita elíptica de 250 a 11.400 quilômetros.

Sobre a superfície, e em extremos opostos, se encontram os veículos exploradores Spirit e Opportunity, que percorrem o planeta há mais de dois anos.





Fonte: EFE

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