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Tentativa de adiar decisão isola Serra no PSDB
Manobras políticas patrocinadas por José Serra para tentar adiar a definição do candidato do PSDB à presidência da República produziram um efeito inverso ao pretendido pelo prefeito paulistano. Serra está ficando isolado no partido. Já não conta com o entusiasmo unânime da cúpula do tucanato.
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), começa a fazer internamente declarações simpáticas à candidatura Geraldo Alckmin. O governador era o seu candidato do coração até o final do ano passado. Depois, influenciado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelas pesquisas de opinião, Tasso passou a operar em favor da viabilização de Serra.
Pois nos últimos dias, Tasso passou transitar entre a neutralidade e o apoio a Alckmin. Disse a um amigo do PFL que a demora de Serra em assumir uma posição pública permitiu a Alckmin avançar sobre a máquina partidária, que hoje seria, em sua maioria, favorável a uma definição em favor do governador paulista.
Com um discurso ambíguo, que sofre ajustes de tom conforme o interlocutor, Serra ora demonstra disposição para a disputa, ora se diz em dúvida quanto à conveniência de deixar o certo (a prefeitura de São Paulo) pelo duvidoso (uma disputa presidencial de resultados insondáveis). Com isso, o prefeito vem driblando os prazos fixados pela direção do partido. O último deadline previa que o nó seria desatado até domingo.
À sua maneira, Serra age como se desejasse empurrar o desenlace da encrenca tucana para depois do dia 20 de março. Argumenta entre quatro paredes que o quadro político estaria mais nítido. Porém, a trinca que administra a disputa interna do PSDB – Tasso, FHC e Aécio Neves- parece convencida de que a tática protelatória não serve senão aos interesses de Lula, principal adversário do PSDB.
Alckmin move-se em sentido contrário ao do oponente. Adota um discurso uniforme. Para dentro e fora do partido, diz que é candidato. E cobra pressa. Para complicar a situação de Serra, o governador conseguiu anular um outro trunfo do adversário: o PFL, antes pró-Serra, rachou.
O senador Antonio Carlos Magalhães informou a Tasso Jereissati que não passa de balela a ameaça da direção do PFL de trocar a aliança com o PSDB por uma candidatura própria caso o tucanato opte por Alckmin. O PFL, disse ACM a Tasso, caminhará para a aliança com Serra ou com Alckmin.
Movido por questões regionais, ACM articula abertamente o apoio pefelista a Alckmin. O deputado Jutahy Magalhães Júnior, líder do PSDB na Câmara e um dos mais notórios serristas do partido, é adversário do senador na Bahia.
Em diálogo privado que manteve com ACM, Serra assegurou que, sendo ele o candidato, cuidaria para que Jutahy não criasse problemas para o PFL baiano. ACM tomou nota. Mas disse a um amigo que, na dúvida, prefere Alckmin, com quem tem conversado de duas a três vezes por semana.
Cresceu muito nas últimas horas a impaciência da direção do PSDB com a ambigüidade de Serra. O prefeito terá dificuldades para impor ao partido o desejo de adiar a definição. A trinca Tasso, FHC e Aécio agendou uma reunião em São Paulo, nesta sexta-feira.
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), começa a fazer internamente declarações simpáticas à candidatura Geraldo Alckmin. O governador era o seu candidato do coração até o final do ano passado. Depois, influenciado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelas pesquisas de opinião, Tasso passou a operar em favor da viabilização de Serra.
Pois nos últimos dias, Tasso passou transitar entre a neutralidade e o apoio a Alckmin. Disse a um amigo do PFL que a demora de Serra em assumir uma posição pública permitiu a Alckmin avançar sobre a máquina partidária, que hoje seria, em sua maioria, favorável a uma definição em favor do governador paulista.
Com um discurso ambíguo, que sofre ajustes de tom conforme o interlocutor, Serra ora demonstra disposição para a disputa, ora se diz em dúvida quanto à conveniência de deixar o certo (a prefeitura de São Paulo) pelo duvidoso (uma disputa presidencial de resultados insondáveis). Com isso, o prefeito vem driblando os prazos fixados pela direção do partido. O último deadline previa que o nó seria desatado até domingo.
À sua maneira, Serra age como se desejasse empurrar o desenlace da encrenca tucana para depois do dia 20 de março. Argumenta entre quatro paredes que o quadro político estaria mais nítido. Porém, a trinca que administra a disputa interna do PSDB – Tasso, FHC e Aécio Neves- parece convencida de que a tática protelatória não serve senão aos interesses de Lula, principal adversário do PSDB.
Alckmin move-se em sentido contrário ao do oponente. Adota um discurso uniforme. Para dentro e fora do partido, diz que é candidato. E cobra pressa. Para complicar a situação de Serra, o governador conseguiu anular um outro trunfo do adversário: o PFL, antes pró-Serra, rachou.
O senador Antonio Carlos Magalhães informou a Tasso Jereissati que não passa de balela a ameaça da direção do PFL de trocar a aliança com o PSDB por uma candidatura própria caso o tucanato opte por Alckmin. O PFL, disse ACM a Tasso, caminhará para a aliança com Serra ou com Alckmin.
Movido por questões regionais, ACM articula abertamente o apoio pefelista a Alckmin. O deputado Jutahy Magalhães Júnior, líder do PSDB na Câmara e um dos mais notórios serristas do partido, é adversário do senador na Bahia.
Em diálogo privado que manteve com ACM, Serra assegurou que, sendo ele o candidato, cuidaria para que Jutahy não criasse problemas para o PFL baiano. ACM tomou nota. Mas disse a um amigo que, na dúvida, prefere Alckmin, com quem tem conversado de duas a três vezes por semana.
Cresceu muito nas últimas horas a impaciência da direção do PSDB com a ambigüidade de Serra. O prefeito terá dificuldades para impor ao partido o desejo de adiar a definição. A trinca Tasso, FHC e Aécio agendou uma reunião em São Paulo, nesta sexta-feira.
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/314047/visualizar/
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