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Duplas filiações
Tenho morrido de rir esses dias. O desespero de alguns candidatos por causa da inelegibilidade provisória, provocada pela dupla filiação partidária, é uma piada de humor negro. Contra a democracia. Porque revela quão reles os partidos se tornaram. Não valem nada. São apenas vetores legais para transportar candidatos sem nenhum compromisso partidário. Verdadeiros parasitas da boa fé da opinião pública.
E o pior é que esse é um sintoma geral, presente na maioria dos partidos. O troca-troca na véspera do prazo legal de um ano para concorrer é uma algaravia. Uma farra triste que mostra que o cara se elege defendendo um e atacando outro, e na eleição seguinte inverte completamente suas posições e convicções. Uns chegam a chorar para pedir desculpas a quem antes atacou, mas que agora é o mandatário da vez.
O leitor pode me advertir, lembrando-me que mudar de posição é algo benéfico, típico do ser humano, afinal, até o câncer evolui. Bravata. Puro escapismo.
O que se vê na verdade é a morte dos partidos políticos. Só servem para ceder legenda e tempo de televisão. Outro dia li um prefeito do PL dizendo nos jornais que independente da decisão do seu partido, seu candidato a governador já está definido. Claro que é o favorito nas pesquisas. Imagino se esse comportamento atingisse torcedor de futebol. Não teria mais estádio cheio, porque o time que estivesse melhor na tabela teria 100% da torcida. Acabaria a rivalidade.
Essa farra das filiações só demonstra que a reforma partidária e política urge. E não falo em cláusula de barreira e outras bobagens acessórias. Falo, sobretudo, da fidelidade partidária. O dia em que o sujeito entender que o mandato não lhe pertence apenas, mas sim ao partido, e que mudar de partido significa perder o mandato e a mamata, aí as coisas começarão a mudar.
Por enquanto, só nos resta continuar rindo das trapalhadas daqueles que só se preocuparam com a aritmética sobre qual partido seria melhor para se eleger, sem se preocupar sequer em dizer adeus e muito obrigado a quem o hospedou anteriormente. No final das contas, todos conseguirão na justiça provar que pediram sua desfiliação, e que o ex-partido é que é culpado por não ter comunicado à justiça eleitoral. É sempre assim. A culpa acaba sendo da vítima. Que a terra lhe seja leve!
KLEBER LIMA é jornalista, Consultor Político credenciado pela ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos) e Consultor de Comunicação da KGM SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS. kleberlima@terra.com.br / www.kgmcomunicacao.com.br.
E o pior é que esse é um sintoma geral, presente na maioria dos partidos. O troca-troca na véspera do prazo legal de um ano para concorrer é uma algaravia. Uma farra triste que mostra que o cara se elege defendendo um e atacando outro, e na eleição seguinte inverte completamente suas posições e convicções. Uns chegam a chorar para pedir desculpas a quem antes atacou, mas que agora é o mandatário da vez.
O leitor pode me advertir, lembrando-me que mudar de posição é algo benéfico, típico do ser humano, afinal, até o câncer evolui. Bravata. Puro escapismo.
O que se vê na verdade é a morte dos partidos políticos. Só servem para ceder legenda e tempo de televisão. Outro dia li um prefeito do PL dizendo nos jornais que independente da decisão do seu partido, seu candidato a governador já está definido. Claro que é o favorito nas pesquisas. Imagino se esse comportamento atingisse torcedor de futebol. Não teria mais estádio cheio, porque o time que estivesse melhor na tabela teria 100% da torcida. Acabaria a rivalidade.
Essa farra das filiações só demonstra que a reforma partidária e política urge. E não falo em cláusula de barreira e outras bobagens acessórias. Falo, sobretudo, da fidelidade partidária. O dia em que o sujeito entender que o mandato não lhe pertence apenas, mas sim ao partido, e que mudar de partido significa perder o mandato e a mamata, aí as coisas começarão a mudar.
Por enquanto, só nos resta continuar rindo das trapalhadas daqueles que só se preocuparam com a aritmética sobre qual partido seria melhor para se eleger, sem se preocupar sequer em dizer adeus e muito obrigado a quem o hospedou anteriormente. No final das contas, todos conseguirão na justiça provar que pediram sua desfiliação, e que o ex-partido é que é culpado por não ter comunicado à justiça eleitoral. É sempre assim. A culpa acaba sendo da vítima. Que a terra lhe seja leve!
KLEBER LIMA é jornalista, Consultor Político credenciado pela ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos) e Consultor de Comunicação da KGM SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS. kleberlima@terra.com.br / www.kgmcomunicacao.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/314459/visualizar/
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