Garotinho: Verticalização é coisa encomendada

A decisão do Superior Tribunal Eleitoral de manter a regra da verticalização para as eleições deste ano “tem cheiro de coisa encomendada”, advertiu o ex-governador Anthony Garotinho, no encontro que teve na manhã deste sábado (04/03), em Cuiabá, com lideranças do PMDB e a imprensa. Para Garotinho, o país precisa na verdade é de uma reforma política eficaz e não ficar fazendo remendos que não acabam com a prática do caixa dois e de uma série de irregularidades cometidas pelo PT e PSDB nas eleições passadas. A norma da verticalização obriga os partidos a manterem, nos Estados, as coligações feitas na eleição para presidente da República.

Ainda neste sábado, Garotinho prosseguiu em Palmas, no Tocantins, a série de encontros que vem mantendo com lideranças estaduais do PMDB com vistas às prévias do dia 19 deste mês, que escolherão o candidato do partido à sucessão presidencial. O ex-governador esteve sexta-feira em Rondônia e no Acre, onde conquistou o apoio dos senadores peemedebistas Amir Lando, Valdir Raupp e Geraldo Mesquita a sua pré-candidatura.

No encontro que teve com jornalistas em Cuiabá, o ex-governador do Rio de Janeiro voltou a enfatizar a importância da candidatura própria do PMDB para que os eleitores conheçam um projeto alternativo de governo, que ponha fim à mesmice demonstrada pelas gestões do PSDB e do PT. Garotinho lembrou que foi com esse objetivo que os dois pré-candidatos do partido firmaram compromisso de apoio total a quem sair vitorioso das prévias, possibilitando que o PMDB marche unido para as eleições.

Garotinho acrescentou que o programa alternativo do PMDB tem três pontos essenciais: redução da taxa de juros, que é a mais alta do mundo; redução da pesada carga tributária, que está penalizando o setor produtivo; e a oferta de mais crédito. “Adotando essas três medidas, as conseqüências imediatas serão a redução do desemprego, aumento da massa salarial e o crescimento econômico sustentável, ao contrário do que ocorre agora. Com a política adotada pelo Governo Lula, o crescimento do Brasil em 2005 só foi maior do que o do Haiti na América Latina”, disse Garotinho, ao criticar a política econômica do PT. Na opinião do ex-governador, as políticas implementadas pelo PSDB e o PT só favoreceram o sistema financeiro, haja vista os lucros exorbitantes exibidos pelos bancos.

Na opinião de Garotinho, o governo Lula não falou apenas na política econômica. Errou, ainda, e sobretudo, na questão ética.

“Não houve na história um governo mais corrupto do que o do PT. Nem o do Collor. A corrupção ganhou nome e endereço neste governo. O nome é PT e o endereço, o Palácio do Planalto.”

Quanto aos encontros mantidos em Rondônia, Acre, Mato Grosso e Tocantins, Garotinho disse que serviram para aumentar o seu sentimento de vitória nas prévias. “Eles confirmam o que as pesquisas vêm mostrando, que tenho 70% da preferência do colégio eleitoral do PMDB que votará no dia 19”, lembrou Garotinho.