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Economia
Terça - 07 de Março de 2006 às 06:10
Por: Marcondes Maciel

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R$ 1,08 bilhão. Esta é a cifra que Mato Grosso deixa de contabilizar a cada ano em função da baixa produtividade obtida nos pastos mato-grossenses. Um resultado nada agradável para o estado que detém o título de maior rebanho bovino do Brasil. Atualmente são 26,8 milhões de cabeças. As perdas refletem a desinformação dos pecuaristas com relação às novas tecnologias e formas de manejo, ou seja, problemas da porteira para dentro.

O custo desta ineficiência foi apresentado ontem pelo secretário de Desenvolvimento Rural do Estado (Seder), Clóves Vettorato, durante o lançamento da “Jornada técnica da pecuária”.

“Se considerarmos um rebanho de 4,5 milhões de matrizes improdutivas e que cada vaca vazia no pasto custa R$ 240, o custo da ineficiência, por hectare, é de R$ 39, chegando ao montante exato de R$ 1,08 bilhão. O rendimento por hectare está muito baixo e precisamos utilizar novas práticas de manejo para chegarmos a uma produtividade melhor”, alerta.

O custo elevado da produção, segundo ele, remete o pecuarista a um momento de reflexão. “É preciso partirmos para as práticas corretas, buscando sempre novas informações e tecnologias. A agricultura melhorou muito depois das pesquisas e das demonstrações, como os dias de campo. A pecuária tem que avançar neste sentido e acredito que é possível também fazermos o mesmo com a atividade”, aponta Vettorato.

Atualmente a taxa média de aproveitamento do rebanho bovino é de apenas 20% em Mato Grosso, percentual comparado ao da média nacional.

Dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder) apontam que o rendimento de carne bovina por hectare (ha) é pequeno diante do potencial que o Estado tem. “Temos um potencial enorme para evoluir e crescer. Atualmente produzimos 50 quilos (kg) por hectare e, se falarmos em produzir 100 kg/ha, não é nada assombroso. Bastam algumas ações, como a melhoria de pastagem e no manejo, que nós vamos chegar lá”, acredita Vettorato.

RENDA - O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Homero Pereira, concorda com os números apresentados pela Seder. “De fato, os números da nossa pecuária são gigantescos, mas os produtores não estão vendo o retorno deste crescimento na renda. Precisamos sim buscar instrumentos que alavanquem a nossa produtividade e tragam renda ao pecuarista”.

Pereira lembrou que a renda na pecuária é “formada por pequenos detalhes, como a escolha adequada de sementes para o solo, bem como a boa prática do manejo, adubação correta e plantio em época oportuna. Esses detalhes é que fazem a diferença entre um pequeno e um grande produtor”, enfatiza.

Na opinião do presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Josélio Moura, que esteve ontem em Cuiabá para participar de um encontro com pecuaristas mato-grossenses, o desenvolvimento da pecuária é feito de tecnologia e competência.

“Não adianta querermos avançar em termos quantitativos se a qualidade deixa a desejar. Acredito que a medicina veterinária tem uma grande contribuição a dar para o desenvolvimento da pecuária. É só o produtor atentar para as novas tecnologias que estão disponíveis no mercado e procurar se manter atualizado”, acentua Josélio Moura.





Fonte: Diário de Cuiabá

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