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Internacional
Segunda - 06 de Março de 2006 às 18:04

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A reta final para as eleições legislativas do próximo domingo na Colômbia, que hoje entrou na chamada "semana de reflexão", tem sido marcada por uma campanha de atentados por parte da guerrilha das Farc.

Várias ações contra torres energia e de telefonia deixaram hoje dezenas de municípios dos departamentos (estados) de Antioquia, no noroeste do país, e de Tolima, no centro-sul, sem energia e sem comunicação.

Paralelamente, no departamento de Caquetá, no sul do país, a explosão de uma "casa-bomba" matou três pessoas e feriu outras 10.

A essas ações se soma a queima de veículos que tem sido feita há duas semanas em várias estradas de diferentes departamentos, assim como vários atentados contra oleodutos.

Desde domingo, como estabelece a lei, os quase 3 mil candidatos às 265 cadeiras do Senado e da Câmara de Representantes encerraram suas campanhas eleitorais nos espaços públicos.

Apesar da chamada "semana de reflexão", os candidatos podem continuar fazendo campanha em locais fechados para convencer os mais de 25 milhões de potenciais eleitores.

Nesta "semana de reflexão" se debate, além disso, no meio de dezenas de denúncias, possíveis infiltrações de narcotraficantes e paramilitares em quase 60 listas de candidatos, ao ponto em que alguns dos partidos anunciaram expulsões de suspeitos.

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que condenou as sabotagens da guerrilha, considerou hoje que o terrorismo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) "chegou ao extremo da degeneração ao forçar menores a assassinar, e utilizar os seqüestrados como mercadoria eleitoral".

Em declarações aos jornalistas, Uribe respondeu de Montería, no noroeste do país, a um anúncio da guerrilha de libertar dois policiais seqüestrados desde outubro do ano passado.

"Estes terroristas das Farc (...) são os mesmos terroristas que agora querem entrar no jogo político, e pelo jogo político fazem tráfico de seres humanos", disse Uribe.

No domingo, as Farc anunciaram que libertarão dois policiais e os entregarão a delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e ao candidato presidencial Alvaro Leyva Durán, e convidaram o ex-presidente Alfonso López Michelsen a essa entrega.

Os comandantes das Forças Militares e da Polícia, generais Carlos Alberto Ospina e Jorge Daniel Castro, respectivamente, declararam que as Farc têm de libertar os dois policiais e o resto de seqüestrados.

"Atacar a população civil é um recurso extremo. O que tem na cabeça um grupo que sai para incinerar pessoas?", perguntou-se Ospina ao se referir ao ataque contra um ônibus onde morreram nove passageiros e no qual tentaram atear fogo aos feridos e sobreviventes em 25 de fevereiro no sul do país.

Uribe anunciou hoje a detenção, em Caquetá, dos supostos autores dessa ação, entre eles vários menores de idade.

No sábado, em uma incursão guerrilheira na pequena cidade de Monte Bonito, no departamento de Caldas (centro-oeste do país), morreram uma idosa, um menor de idade e um policial.

Os guerrilheiros utilizaram cilindros repletos de explosivos e destruíram várias edificações.

A explosão de uma "casa-bomba" hoje em San Vicente del Caguán matou uma sexagenária, uma menor de idade e uma terceira pessoa, enquanto vários moradores e três soldados ficaram feridos.

Há várias semanas, as autoridades militares e policiais conceberam o "Plano Democracia", para garantir que os eleitores possam ir às 75.147 mesas de votação dispostas em 1.098 municípios neste domingo.

Para isso, 370 mil integrantes de todas as instituições armadas permanecem em estado de alerta.

Desde sexta-feira, estará em vigor a "lei seca", proibindo a venda de bebidas alcoólicas. Também será proibida a posse de armas nos dias anteriores e posteriores às eleições.

Em casos extremos, segundo um decreto, os prefeitos e governadores poderão, "caso necessário", declarar o toque de recolher em suas jurisdições.




Fonte: EFE

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